REVISTA_de_JO_ESPM 20
REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 31 3, por exemplo, refletia uma polê- mica vivida pela área de comunica- ção: a discussão sobre que profissio- nal deveria assumir a responsabili- dade pelos veículos internos de uma empresa. Os profissionais de rela- ções públicas tinham conquistado tal espaço, seguindo uma tradição já consolidada nos países da Europa e nos Estados Unidos. Ao sistematizar o campo, vinculei-o à área jornalís- tica, abrindo intensa polêmica com a área de relações públicas. Horizonte ampliado As publicações, sob a ótica das RPs, apresentavammuitos problemas. Dizí- amos nos Cadernos Proal : “O amado- rismo tem quase sempre horizontes curtos e, comamelhor das intenções, comete pecados que empobrecem a publicação, tais como: a) promoção exagerada e ingênua das pessoas; b) redação rebuscada e prolixa, fruto da limitação ou do excesso de imagina- ção não disciplinada pela técnica; c) o artificialismo, quando não a pieguice, predominando o estilo, sobrepondo-se à objetividade; d) a exaltação de deta- lhes sem significado, em prejuízo do entendimento ou da informação glo- bal do assunto; e) a utilização exage- rada de uma adjetivação pomposa e exuberante”. Com direcionamento específico para o jornalismo empresarial, os Cadernos Proal duraram até 1977. Da primeira fase, quatro Cadernos foram editados, todos eles voltados para o jornalismo empresarial e para as téc- nicas da reportagem. Na segunda fase, durante o ano de 1978, a publicação abriu-se para acolher uma pauta mais densa, posi- cionando-se como um veículo espe- cializado em comunicação de massa, aí entendido não só o jornalismo, como também publicidade, televi- são, cinema, rádio, relações públicas, entre outros campos. A publicação passou, então, a se chamar Cadernos de Comunicação Proal , cuja pauta, conforme se lia na capa, se propu- nha a abrigar Estudos, Debates e Análises de temas e Comunicação de Massa. Espelhamo-nos em Press Actualité , uma revista francesa dedi- cada a estudos sobre a imprensa, com seu formato mais quadrado. Os Cadernos Proal tinham, na segunda fase, 20 cm (altura) por 18 cm (largura). Aprimeira edição dessa nova etapa foi apresentada por editorial comen- tando a mudança de foco: Emsua nova fase, Cadernos Proal deixa a vereda do jornalismo empresarial para se embrenhar por caminhos mais largos, campos mais densos. A pro- posta fundamental dos Cadernos é a de abarcar a multiplicidade de linhas que tecem a complexa área da comu- nicação, numa perspectiva de debate e discussão aberta, com a finalidade de apresentar ao universo de profissio- nais e estudantes de comunicação uma literatura de apoio e orientação a suas atividades (...). Em sua programação, poderão ser vistos trabalhos inéditos, principalmente da área de pós-gradu- ação, alémde artigos encomendados a especialistas do Brasil e do exterior. Nessa primeira edição, escrevi sobre omodelo brasileiro de comuni- cação, fazendo pontuações como esta: “Somos demasiadamente liberais nas questões ligadas a crimes, catástrofes ou escândalos do mundo das vede- tes (...). Em algumas faixas de con- teúdo, procuramos seguir o princípio da responsabilidade social (...). E, em outras áreas, (...) aplicam-se os princí- pios do autoritarismo de Estado”. Há O amadorismo em publicações leva a cometer pecados como promoção exagerada, redação prolixa e falta de objetividade
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx