REVISTA_de_JO_ESPM 20
32 JULHO | DEZEMBRO 2017 ainda umamatéria sobre as escolas de comunicação e uma sobre a criação da figura do ombudsman na imprensa americana; uma crítica assinada pelo jornalista Rubens Ewald Filho a res- peito do filme Dona Flor e Seus Dois Maridos (de Bruno Barreto, 1976); e um artigo técnico sobre a “narrativa do jornal de empresa”. Pauta variada Nas edições seguintes, a pauta variada incluía um texto sobre a reportageme a realidade brasileira, juntando entre- vistas comgrandes repórteres e edito- res da época, como JoséCarlosMarão, que chefiava a redação de Quatro Rodas ; Murilo de Carvalho, responsá- vel pela Cena Brasileira deMovimento , afamado veículo alternativo; Mino Carta, ex-chefe de Veja , Isto É e Jornal da Tarde ; e Eurico Andrade, da revista Realidade . Ainda no Caderno, ampla matéria sobre propaganda social; Ota- vinhoeJulinho, herdeirosda Imprensa , texto de Carlos Eduardo; uma aná- lise do novo currículo de comunica- ção; o perfil do mestre Câmara Cas- cudo e do historiador Paulo Duarte; o balanço da Música Popular Brasi- leira, de 1967 a 1977; um estudo em profundidade sobre a imprensa bra- sileira, feito por José Salvador Faro; além de outras matérias sobre o jor- nalismo e cinema, de Rubens Ewald Filho; e uma análise sobre comunica- ção e dominação, a cargo do professor Luiz Beltrão. Nas edições seguintes – terceira e quarta –, um amplo estudo sobre televisão e criança, resultado de um debate promovido pela Proal, na USP, oportunidade emque trouxe ao Brasil umdos mais renomados pesquisado- res do tema, oprofessorCharlesAtkin. Oencontro reuniuprofessores de edu- cação, escritores, pesquisadores, jor- nalistas, publicitários, como Mário Altenfelder, Roberto Duailibi, Alfre- dina de Paiva e Souza, Maria Helena Souza Patto, Tatiana Belinky, Lauro de Oliveira Lima, Carmen Fagundes, Fúlvia Rosemberg, Glauco Carneiro, José Marques de Melo e Carlos Edu- ardoLins da Silva. Tornou-se referên- cia nos estudos sobre o impacto da TV no desenvolvimento da criança. A experiência da Proal e dos Cadernos Proal entrou nas salas dos cursos de jornalismo, editora- ção, relações públicas, publicidade e propaganda, da ECA. Explico. Entrei na ECA, por concurso, em 1969. Ali, ministrei diversas disci- plinas técnicas de jornalismo, sem- pre sob a batuta de José Marques. À medida que fomos estendendo e adensando as nossas práticas de jornalismo empresarial, passamos a sentir a necessidade de levá-las para os bancos universitários. E, assim, a USP foi pioneira na criação da disciplina “jornalismo empresarial”, sob minha responsa- bilidade. Estava lançada a semente de uma floresta que iria germinar árvores frondosas, frutos diversifica- dos e muita discórdia. Depois, a dis- ciplina passou a ser ministrada, tam- bém, para alunos dos cursos de rela- ções públicas, publicidade e propa- ganda da ECA. Competição acirrada Grande polêmica instalou-se nomer- cado e na academia. Como disse ante- riormente, jornalistas eram acusados por profissionais de relações públicas de “invadirem” territórios que consi- deravam seus, no caso, a produção de publicações de empresa. Até a área de assessoria de imprensa era motivo de disputa entre profissionais dos dois campos. Nos domínios do sindicato Os velhos preconceitos contra o jornalismo empresarial e a luta corporativista foram aos poucos superados
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