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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 53 bui para a tese de que o ambiente fechado das platafor- mas seria bom para a saúde do jornalismo a longo pra- zo – não sem o empenho de empresas de tecnologia pa- ra que assim o seja. A influência dessas empresas no intercâmbio de infor- mações em geral é ditada por sistemas sociotécnicos fe- chados e movida por incentivos que servem a interesses privados, não públicos. Buscamos lançar luz sobre adinâmicada convergência deeditoraseplataformascombaseeminformaçõesobtidas emmais de 70 entrevistas feitas em 12 meses (entre 2016 e 2017) e em análises de conteúdo emquatro períodos de duas semanas (para mais informações veja o apêndice so- bre ametodologia) . Fizemos, alémdisso, duasmesas-redon- das, cada qual commais de uma dezena de participantes: uma com acadêmicos e estudiosos de aspectos específi- cos desse relacionamento e outra comgerentes demídias sociais de organizações jornalísticas comdistintosmode- los de negócios. Nossa pesquisa e o presente relatório são concentrados nas plataformas mais utilizadas por veícu- los de imprensa – e demaior impacto neles. Fakenews, bolhas, filtros, “sociedadepós-verdade” eque- da da confiança namídia são fenômenos no centro do de- batepúblico. São, todos, umaespéciede senhaparaaques- tãomaior da transformaçãodomundodo jornalismo e da informação pela tecnologia. Esse relatório é nossa contri- buição para uma melhor compreensão dessa mudança. LANÇAMENTOS, NOVIDADES EAQUISIÇÕES IMPORTANTES NOMUNDODAS PLATAFORMAS No universo das plataformas, a frequência e o gênero dos lançamentos ligados àpublicaçãode conteúdo foi aumen- tando ao longo do tempo, à medida que crescia a concor- rência para satisfazer necessidades da imprensa. Hoje, as plataformas sãomais diretas sobre o relacionamento com o jornalismo, formalizando sua relação com publishers e, em certos casos, incursionando na área editorial. 2 fevereiro 2004: surge o Facebook, à época restrito a es- tudantes de Harvard. 15 julho 2006: Twitter é lançado, com grafia Twttr. Cada tuíte pode ter nomáximo 140 caracteres. 5 setembro 2006: Facebook lança o feed de notícias, que mostra atividade da rede do usuário. 1º maio 2009: nasce aplicativo de troca de mensagens pelo celular WhatsApp. 6 outubro 2010: lançado o Instagram, rede social espe- cializada em fotos. 26 setembro 2011: surge o Snapchat, aplicativo para celu- lar cujas mensagens são apagadas depois de lidas. 12 outubro 2011: Apple lança Newsstand, banca de publi- cações digitais. 9 abril 2012: Facebook compra Instagrampor US$ 1 bilhão. 3 outubro 2013: Snapchat lança Stories, compilação de “snaps” vistos por amigos do usuário. 20 novembro 2013: lançado Google Play Newsstand, outro aplicativo de banca de revistas. 30 janeiro 2014: Facebook lança Paper e seção Trending. A ideia do Paper era personalizar o noticiário. Já a Trend- ing é uma lista de assuntos que estão bombando na plata- forma. fevereiro 2014: Facebook compra WhatsApp por US$ 19 bilhões. 24 abril 2014: Facebook lança Newswire. Com ele, um meio pode aproveitar postagens no Facebook cuja auten- ticidade foi verificada como fonte na hora de apurar e no- ticiar fatos. 17 junho 2014: Snapchat lança Our Story, recurso que agrega postagens públicas da comunidade de usuários sobre umdeterminado fato ou evento. 27 janeiro 2015: Snapchat lança Discover. Um grupo seleto de meios, escolhidos pelo Snapchat, cria canal no Discover atualizado diariamente, como uma pequena re- vista interativa. 9 março 2015: Twitter compra aplicativo de streaming de vídeo Periscope. 31 março 2015: Twitter lança Curator. Com ele, um meio pode buscar e postar tuítes usando hashtags, keywords, localização e outros critérios. 12 maio 2015: Facebook lança Instant Articles. O recurso, para mobile, carrega mais depressa o conteúdo hospeda- do no próprio Facebook, que fica com 70% da receita da publicidade que acompanha a matéria quando vendida pela própria plataforma. 8 junho 2015: AppleNews substitui aplicativoNewsstand; receita da publicidade veiculada com conteúdo é dividi- da à proporção de 70/30. 22 junho 2015: Google lança News Lab para promover a colaboração tecnológica com imprensa. 5 agosto 2015: Facebook Live lança recurso de streaming de vídeo ao vivo. 23 setembro 2015: estreia do Facebook 360 para vídeo. Ao mover celular, pessoa pode ter uma visão panorâmi- ca, ou esférica, de uma cena. 6 outubro 2015: Twitter lança Moments, curadoria de tuítes postados sobre um fato. 7 outubro 2015: anunciada a chegada do Google AMP (si- gla de Accelerated Mobile Pages). Com recurso, conteúdo jornalístico acessado pelomobile carrega mais depressa. 11 novembro 2015: lançado o Facebook Notify, recurso de

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