REVISTA_de_JO_ESPM 20

54 JULHO | DEZEMBRO 2017 notificação de notícias. 13 novembro 2015: Snapchat lança Official Stories, com conteúdo de marcas ou influenciadores verificados. 9 junho 2016: estreia do Facebook 360 para fotos. Ao mover o celular, pessoa pode ter visão panorâmica, ou esférica, de uma foto. 2 agosto 2016: Instagram lança Stories, clone do Stories do Snapchat. 21 novembro 2016: Instagram lança Live Stories, para streaming de vídeo ao vivo. 12 dezembro 2016: lançado Facebook Live 360 para vídeo. Com ele, visão panorâmica é de vídeos ao vivo. 20 dezembro 2016: lançado Facebook Live para áudio, compatível com formatos como o jornalismo de rádio. 11 janeiro 2017: Facebook anuncia o Journalism Project (Projeto Jornalismo). Ideia é trabalhar com meios de co- municação para lançar produtos, definir formatos de narrativa, promover o jornalismo local, criar modelos de assinatura, treinar jornalistas e colaborar com o News Literacy Project e organizações de checagemde fatos. 14 fevereiro 2017: anunciado Facebook TV: aplicativo para Apple TV e Amazon Fire que permitirá à pessoa as- sistir vídeos do Facebook no aparelho de TV. Deplataformas a editoras Depois demais de um ano estudando a relação entre pla- taformas e veículos de imprensa, está claro que não há meio de comunicação que escape à força gravitacional de grandes empresas de tecnologia. Decisões tomadas por Facebook, Google e congêneres hoje ditam a estraté- gia de toda organização jornalística, sobretudo daquelas que dependem da receita publicitária. Essas plataformas já influenciamque organizações jornalísticas têmresulta- do bomou ruimno novo ambiente distribuído. No primeiro semestre de 2016, o Tow Center come- çou a estudar exatamente como veículos de imprensa estavam usando mídias sociais para distribuir conteú- do, examinando uma amostra tanto de editoras como de plataformas e usando uma combinação de análise de conteúdo emais de 70 entrevistas, como já dissemos. Na lista de publishers havia veículos tradicionais, meios di- gitais e organizações jornalísticas especializadas em ví- deo. Modelos de negócios incluíam assinaturas, publici- dade e sem fins lucrativos. Veículos de imprensa continuam confusos ou indeci- sos quanto à melhor maneira de tirar partido da relação com empresas de tecnologia. Um número crescente de organizações jornalísticas vê no investimento em plata- formas sociais a única perspectiva de um futuro susten- tável, tanto em termos de tráfego como de alcance. Mas a falta de transparência de algoritmos impede um bom planejamento. Nada garante que o que funciona hoje vai funcionar no futuro. Ceder o controle da distribuição provocou uma trans- ferência de poder de publishers para plataformas bem maior do que se esperava. O algoritmomais controverso, influente e impenetrável domundo é o que rege o feedde notícias do Facebook. Embora ummeio de comunicação possapublicar livrementenoFacebook, é o algoritmoque determina o que chega ao leitor. “Cedemosmuito contro- le sobre aquilo que é lido”, disse Cynthia Collins, editora de mídias sociais do New York Times . Com o aumento da disputa entre plataformas – tanto Facebook comoTwitter, por exemplo, tentamfechar acor- dos de exclusividade para transmitir vídeos – e a melho- ria de ferramentas de distribuição, organizações jornalís- ticas estão sendo mais criteriosas na seleção de parcei- ros. Embora em público se digam céticas sobre a vanta- gemde jogar seu conteúdo emplataformas, nossos dados mostram que esses meios seguem publicando um gran- de volume de textos e vídeos nos chamados “jardinsmu- rados”. Os meios podematé querer abandonar o sistema, mas poucos estão realmente fazendo isso. Nos últimosmeses, a atitude de plataformas – especial- mente do Facebook – em relação à notícia mudou radi- calmente. O Facebook criou uma diretoria de Parcerias Jornalísticas –comandadapela jornalistaCampbell Brown –, fez uma série de workshops e hackathons com a me- ta expressa de melhorar a plataforma para jornalistas e criou um programa para avançar a questão da alfabeti- zação midiática na esfera pública. Desde as eleições nos Estados Unidos (quando o algoritmo foi acusado, talvez sem fundamento, de ter influenciado o processo políti- co ao difundir desinformações e fake news), a platafor- ma vem investindo em serviços independentes, como a checagemde fatos. Ainda não há, no entanto, indícios de uma transferência considerável de riqueza de empresas de tecnologia para organizações jornalísticas. Nosso es- tudo descreve a escala damudança emquatro áreas: dis- tribuição e marketing, hospedagem e produção, relação com o público e monetização.

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