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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 61 der de conexão de plataformas só faz crescer. A inovação agora brota de serviços como o Instagram, onde há opor- tunidades naturais para a criação de novas ramificações ou verticais para publicações. O Billy Penn, um site “mobile-first” voltado ao que acon- tece na cidade americana da Filadélfia, é o tipo de negó- cio que nem existiria sem as novas estruturas de distri- buição. Embora o site fature primordialmente com even- tos e não dependa tanto da receita publicitária trazida por plataformas como o Facebook, a rede social é importante para promover esses eventos para o público. “Ter um site voltado a umpúblico dos 18 aos 34 e dizer que não vamos estar em plataformas externas é como ter um restauran- te e nunca fazer promoções”, comparou Jim Brady, vete- rano do digital hoje no Billy Penn. “Não achamos ruim in- corporar amarca ao Facebook se isso contribuir para que mais gente nos veja”. Essavisãopragmáticadoequilíbrioentremarcaepene- tração toca em uma fonte crucial de ansiedade para mui- tos. O instituto Pew descobriu que apenas 56% dos con- sumidores de notícias na internet que tinham clicado em um link lembravam da fonte da notícia (2016). Já o Media Insight Project do American Press Institute (2017) desco- briu que no Facebook de cada dez pessoas apenas duas lembravama fonte – emuitomais confiança era deposita- da no compartilhador. “Se estamos aqui para promover a marca e ninguém sequer a reconhece, se nossamarca for associada àmarca Snapchat, então (…) podenãovaler ape- na”, comentou umeditor de revistas. Outro publisher local entrevistado para o estudo obser- vouque essa integração a umambiente jornalísticomaior faz os leitores locais pareceremdistantes: “Achoquequan- do o conteúdo é tirado do contexto do nosso próprio site e colocado emumentorno diferente, como o Facebook, é natural supor que parte do trabalho da marca será perdi- do para o novo hospedeiro. Precisamos nos esforçarmais agora para criar reconhecimento e fidelidade à marca”. Agora, escala é tudo, desde onúmerode likes e compar- tilhamentos atéo alcance final. Plataformas sociais iguala- ram as condições de disputa para o conteúdo, priorizan- do a partilha em detrimento de tudo o mais. Antes mes- mo da chegada do Facebook, a imprensa já tentava atrair tráfego e compartilhamentos e teve um papel importan- te na definição das métricas que moldaram o atual ecos- sistema. Muitas das táticas para fazer notícias falsas vira- lizarem saíram diretamente da velha cartilha da impren- samarromou sensacionalista. Coisas populares emgeral têmtítulos queprometemmaisdoqueentregam, opiniões sensacionais ou agressivas que chamama atenção e cau- sampolêmica ou repetem semparar coisas já populares. Delaney Simmons, diretora de conteúdo digital e social na emissora de rádio americana WNYC, disse: “Estamos cobrindo coisas que outros veículos não estão cobrindo, o que, no mundo do conteúdo viral, chega a ser uma des- vantagem para nós. No Facebook e no Twitter, o que está ‘trending’ (…) não é a matéria que ninguém tem. É a maté- ria que todomundo tem”. Em 2013, o repórter do site AllThingsD Mike Isaac pu- blicou um texto sob o título “Facebook Wants to be a Newspaper, Facebook Users Have Their Own Ideas” [em Figura 6: Número de “snaps” publicados no Instagram Stories e no Snapchat Stories na semana iniciada em 6/2/2017, uma segunda-feira. 60 50 40 30 20 10 0 Instagram Stories x Snapchat Stories (6-12 fevereiro 2017) 43 22 BuzzFeed 21 0 BuzzFeed News 32 0 CNN 9 14 Fox News 15 4 Vice 0 14 Vice News 0 10 Washington Post Instagram Stories (n=228) Snapchat Stories (n=58) 0 53 Huffington Post 31 18 New York Times Partes do Story/“snaps”
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