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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 83 guntar que outro tipo de intervenção – privada, filantró- pica ou pública – seria possível. Como sustentou o colunista do New York Times Tom Edsall, talvez seja preciso reformas substantivas como es- sas para garantir que a tecnologia contribua para a demo- cracia – em vez de miná-la. Umambientemelhor para a imprensa No contexto das eleições de 2016 nos Estados Unidos, meios de comunicação tiverama oportunidade de reafir- mar ovalor de uma imprensa independente. Omesmo ci- clo eleitoral também demonstrou as perigosas falhas do novo ambiente jornalístico. A incapacidade de empresas de tecnologia de instituir metas sociais (além das comer- ciais) é tão flagrante quanto a negligência exibida por or- ganizações jornalísticas nas últimas duas décadas aonão repensar suas tecnologias emodelos de negócios comra- pidez suficiente. Coma regulamentação damídia emqueda livre, foi re- legada a dirigentes de instituições de jornalismo e de em- presas de tecnologia a tarefa de arbitrar as regras do rela- cionamento entre esses dois setores. Nessa balança, em- presas de tecnologia cada vez mais detêm o poder, tanto econômica como culturalmente. É preciso que organiza- ções e demais interessados no jornalismo se unam para abordar não o problema específico das plataformas e da estrutura do mercado publicitário, mas também a ques- tão maior e mais duradoura do ambiente que desejamos criar para o jornalismo. ■ Ao projetar nossa análise de conteúdo, buscamos montar uma amostra diversificada de organizações jornalísticas americanas que incluísse emissoras tra- dicionais de TV (CNN, Fox News), grandes jornais de penetração nacional ( The New York Times*, The Wall Street Journal*, The Washington Post*), jornais regio- nais ( Chicago Tribune*, Los Angeles Times*, New York DailyNews ), meios que já nasceramdigitais (BuzzFeed, BuzzFeed News, The Huffington Post, Vox) e híbridos de impresso/digital (Vice, Vice News). Dados sobreovolumedepublicações (oupostagens) do principal veículo de cada marca acima (ex.: @cnn, @nytimes) são colhidos durante períodos de uma se- mana de duração (de segunda a domingo) uma vez a cada trimestre nas plataformas a seguir: Apple News, Facebook,Instagram,InstagramStories,LINE,LinkedIn, li.st , Messenger, Pinterest, Snapchat Discover, Snapchat Stories, Tumblr, Twitter e YouTube. Semprequepossível, osdados sãoobtidos atravésda API das próprias plataformas. Quando a plataforma ou o produto não possui umAPI (ex.: LinkedIn, Facebook Instant Articles, Apple News, Snapchat, Instagram), os dados são obtidos pelo próprio site ou compiladosma- nualmente. A lista de publicações e plataformas incluí- dasnessapesquisacresceuao longodo tempo. Entreas plataformas não incluídas na primeira fase da análise estão LinkedIn, Pinterest, Tumblr e Instagram Stories. Devido às limitações da API do Twitter, não pude- mos computar retuítes. A primeira fase da coleta de dados tampouco inclui BuzzFeed, Vice ou os três jor- nais diários regionais acima citados. Quando fazemos referência a um entrevistado sem identificá-lo no tex- to é porque a pessoa falou sob condição de anonima- to. O símbolo * indica um modelo de negócios basea- do em assinaturas. emily bell é professora de prática profissional na Columbia University Graduate School of Journalism e diretora do Tow Center for Digital Journalism. taylor owen é professor assistente de mídias digitais e assuntos internacionais na University of British Columbia. OoriginaleminglêsdesteestudoestádisponívelnositedoTowCenter https://www.cjr.org/tow_center_reports/platform-press-how-silicon- valley-reengineered-journalism.php. Apêndice: Metodologia

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