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REVISTA DE JORNALISMO ESPM | CJR 85 de lugares e prédios. Aberto no início de 2017, o Museu da Fotografia se tornou rapidamente um foco de atra- ção para turismo cultural na ca- pital do Ceará. Ele tem cerca de 2.000 fotos em seu acervo per- manente, enquanto sedia mos- tras temporárias, como Na Linha de Frente . ■ EM ALGUM MOMENTO longín- quo, antes da história, o homem do Velho Continente encontrou um companheiro inseparável, o cavalo. O relacionamento deu ao Homo sapiens quatro pernas velozes, um fôlego para longas jornadas e costas inquebrantá- veis. A união ampliou a capaci- dade de deslocamento, apres- sando a longa migração de nos- sa espécie. Sem os cavalos, os mongóis não conquistariam a Ásia, os ro- manos não dominariam seu im- pério, Átila não teria chegado a Roma, árabes e turcos não te- riam propagado o islamismo por três continentes; a América não teria sido dominada por espa- nhóis e portugueses, os ameri- canos não teriam feito os filmes de bangue-bangue. O relaciona- mento entre as duas espécies era tão harmônico que os índios americanos conheceram o cava- lo no século 16 e na “conquista do Oeste”, 200 anos depois, eles já eram exímios acrobatas. A simbiose profunda deu margem a uma elaboração mí- tica, os centauros. A imagemnão estava tão distante da realida- de: os primeiros habitantes do México que enfrentaram os es- panhóis, sempre sobre cavalos, pensavam ser atacados por se- res desconhecidos, cuja parte superior parecia humana. Farewell to the Horse (Adeus ao Cavalo, ainda sem edição em português), do jornalista e críti- co literário alemão Ulrich Raul- ff, mostra como acabou esse ca- samento de 6.000 anos. A in- venção dos motores criou má- quinas que, uma a uma, supera- Farewell to the Horse Ulrich Raulff Allen Lane (Reino Unido), 2017 450 páginas Na Linha de Frente Museu da Fotografia Fortaleza (Rua Frederico Borges, 545, Varjota, Fortaleza, CE). De 3 de outubro de 2017 a maio de 2018. Visitação: de quarta-feira a sábado, das 12h às 17h efeitos da guerra na Síria sobre os elos mais fracos, crianças, jo- vens, mulheres. Seu trabalho se chama Manifesto Inequívoco . Yan Boechat trabalha com fo- tografia e textos sobre os confli- tos que cobre. Na mostra, apre- senta imagens tomadas na re- gião de Mossul (Iraque) durante o cerco ao Estado Islâmico. Felipe Dana tem passado temporadas em coberturas dos conflitos no Oriente Médio pa- ra a agência Associated Press. Trabalha com fotografias, víde- os e tomadas com drones. Ele apresenta um conjunto deno- minado Faces da Guerra , com retratos de cenas de terror en- tre civis e destruição absoluta LIVRO Adeus ao cavalo, o melhor amigo do homem ram as capacidades do animal. O ponto crucial do divórcio foi a Primeira Guerra Mundial, quando morreram 6 milhões de cavalos. Em novembro de 1917, pela primeira vez na história, os ingleses fizeram, na Batalha de Cambrai, um ataque massi- vo de “cavalaria” com tanques de guerra. Só os novos blinda- dos conseguiam romper as trin- cheiras que marcavam aquele conflito. Nesse momento, o cavalo se tornou obsoleto em sua mais po- derosa função, a militar. Em se- guida, foi-se o domínio da agri- cultura, dos transportes urba- nos, de levar e trazer etc. e tal. O século 20 marcou o final do nos- so relacionamento. Hoje os cava- los são preservados em funções de rememoração de antiguida- des, como peças demuseus ou ri- tuais. Adeus ao Cavalo é uma es- pécie de ode a esse companheiro deixado para trás no caminho. ■ Sede do novo Museu da Fotografia localizado em Fortaleza, Ceará DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO Em Aleppo (Síria), retrato de um miliciano em meio à guerra civil

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