Revista da ESPM - JUL-AGO_2007
" O n de estou se estou em t o da parte?". C om esta pergunta o ur– banista e filósofo Paul V i r i l io i nda– gou-se certa vez sobre os efeitos da produção v e l oz e do c o n s umo voraz de imagens na atualidade. Para o estudioso francês, um dos i mp a c t os mais flagrantes de s sa dinâmica de visualização ininter– rupta seria de natureza existencial. O fato de transformamos tudo e todos em imagens - em imagens visíveis e t e c n o l o g i c ame n te me– d i a d a s, d i g a - se de p a s s a g em - c on t r i bu i r ia para que perdêsse– mos o pé da realidade tangível ou mais diretamente aferida através de nossos sentidos. A percepção do mu n do e a per– cepção de si me smo, amb as se transformaram radicalmente. E isto ocorre, para lembrar uma reflexão do mesmoVirilio, em grande medida pela multiplicação e pela centrali– dade que vêm sendo assumidas por nossas "máquinas de visão", das tevês às telas dos c e l u l a r e s, dos aparelhos médicos de diagnóstico visual às câmeras digitais, do cir– cuito interno aos satélites voltados à captura imagética.
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