Revista da ESPM - JUL-AGO_2007
sejam deduzidos os contextos origi– nais de produção do registro ou da criação da representação. O segun– do, o que permite identificar seja a autoria da imagem seja o que parece f undamen t a l, a ma i or ou menor aproximação desta representação com o real. Em resumo, o que se observa neste último aspecto é um crescente embaralhamento das fron– teiras entre os campos documental e ficcional. O u, c omo nos indica o canadense Arthur Kroker em suas teses sobre a hiperestetização da cultura, a submissão das imagens à condição de porta-vozes de uma ideologia: a ideologia do entreteni– mento a todo custo. Estudando as interseções entre c u l– tura exc r emen t a l, estetização do real, deterioração das superfícies ( como a do corpo), simulação e c on s umo, Arthur Kroker defende, nos moldes de Umberto Eco, mas principalmente inspirado em Jean Baud r i l l a r d, que a tevê é hoje o mundo real, desbancando as teses pregressas de sua consideração c omo "espelho da s o c i edade" ou reprodução eletrônica de interesses ideológicos. Ultrapassando a dimen– são de mero aparato técnico para se tornar aparato social abrangente, a tevê exemplifica o que seria a cons– tituição de um me d i a s c a pe c u ja extensão tende à totalização. Não há mais s o c i e d a d e, i r o n i za Kroker. Esta deu lugar a uma cultura
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