Revista da ESPM - JUL-AGO_2007
ao d i s c u r so acadêmico sobre as imagens, o olhar e a visualidade na pós-modernidade. A p r ime i ra delas: se eu me transformo ou sou transformado em imagem e, cada vez mais, estas imagens escapam ao domínio privado sendo e n c am– padas pe la lógica midiática - o desastre doméstico transformado em "videocassetada", o namoro off-line p u b l i c i z a do no YouTube - c o mo poderei construir m i n ha própria auto-imagem? Se m i n ha imagem está em toda parte, onde me smo estaria este "eu"? As dinâmicas de visibilização i n – cessante e, mais ainda, que a c on– tecem em lugares cada vez mais estendidos e menos demarcados por na generalização das dinâmicas de televigilância e fundada em uma verdadeira cultura da suspeição. O "mercado do olhar", tornado expo– nencial pela proliferação de câmeras de registro no cotidiano das cidades e das câmeras "ao v i vo" na internet, potencializa a um só tempo o espe– táculo e a vigilância global. Denúncia similar já foi feita por Lucien Sfez, que identifica aspectos preocupantes na transformação da vida em espetáculo de imagens e do pensamento em tecnologia do espírito. Se seguirmos a proposição do sociólogo francês, localizaremos nas redes de comunicação con t em– porâneas um pod e r o so a g e n c i a– mento político que estaria distante de uma possível democratização da informação. Neste jogo, propõe Sfez, a interatividade generalizada, tão sedutora, veste a roupagem de uma ilusão de participação, o c u l– tando, entre outros aspectos, uma universalidade apenas suposta, uma transparência de todo modo opaca e uma "igualdade de acesso" forte– mente desigual. Pensamos estar nos e x p r i m i n d o, diz-nos Sfez, mas é o mu n do que se exprime em nosso lugar. V i v e– mos esta ficção de participação, c o mo nas enunciações televisi– vas: s uponho participar da cena| suponho realmente vê-la, s uponho estar me e x p r i m i n d o, q u a n d o, em verdade, estou s endo repre– sentado p e lo s i s t ema. S i mb i o se delirante máquina/homem, esta é a s o c i e d a de tautista (tautológica e autista), monólogo co l e t i vo do "não s i" para o "não si me smo ", conformação esta que o autor se esforça por criticar. A questão capitaneada por V i r i l io remete a problematizações caras
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