Revista da ESPM - JUL-AGO_2007

mais concorrentes a disputar em um campo que era só dela.. JR - A disputar até a atenção das pessoas. POND E - Não há dúvida que mu i– tas pessoas estão refletindo sobre o que pode acontecer. Há poucos dias, eu estava n uma agência e alguém me d i z i a: se você quiser a atenção da moçada de 14 ou 15 a n o s, n em p e n se em f a z er propaganda na televisão, porque eles estão diante do computador. Qu a ndo pensamos - para onde vai a comunicação? -, temos de lembrar que a comunicação é um sistema natural do ser humano, do ponto de vista evolucionista; nesse diálogo entre filosofia, ciências sociais, psi– co l og ia e comunicação - objetos que me parecem importantes para quem trabalha c om comunicação ou c om propaganda. Gostaria de citar três áreas importantes a serem consideradas c omo objetos a ser vendidos, objetos de desejo e que p o d em, i n c l u s i v e, i n f l u e n c i ar o próprio formato de c omo a c omu n i– cação se dá. A primeira é a religião: Marx, Freud e companhia acharam que iam resolver, falando de ópio, alienação, mas o fato é que a reiligião é bem mais c omp l i c a d a, mais estrutural na condição h uma na e d i r e t ame n te ligada ao p r o b l ema do sen t i do. Então, religião c o mo p r o d u t o, c o mo f o r ma t o, c omo linguagem. Um aluno nosso freqüentou igrejas evangélicas e per– cebeu que o fenômeno evangélico é um fenômeno fundamentalista, c om categoria meio vaga, ampla. Eles usam games que têm Jesus c omo símbolo do que você tem de fazer, c omo aquele que combate e vence; o demônio c omo a figura de que você deve fugir, não deve querer. A religião assume a estrutura clássica de drama, c omo formato da vida, interpretação absoluta, grande espetáculo, num diálogo direto c om a indústria cultural, no sentido da pseudociência. A religião será um c ampo importante para a formação de q u em pensa em p u b l i c i d a de e comunicação em geral. Ou t ra questão: recentemente estive em um congresso de terapia familiar cujo título era "Amor, uma questão de sobrevivência". A importância da temática em torno de amor e família c omo produtos, c omo construção; essa idéia de se tornar as coisas familiares; de poder construir um cotidiano. O desafio de se conseguir ou não estabelecer uma relação d u– radoura c om as pessoas, a temática do afeto, não só do sensorial, mas do afeto e do amor e da família, do sentimento da solidão. Penso no conceito, c omo linha de produtos: produtos que têm a ver c om amor, c om família; a linguagem associada a isso parece-me que vende. E o úl– timo item é o eixo que existe entre a depressão e a felicidade. É sempre difícil fazer comparações na história da espécie humana, pois somos, f i– siologicamente, o que éramos há 50 mil anos. O mundo de hoje é pior do que há 40 mil anos? Naquela época, gente podia virar jantar de outra es– pécie, a qualquer momento - estáva– mos dentro da cadeia alimentar. Esse tema da depressão e da felicidade é central. Todas as tecnologias devem produzir esse tipo de felicidade, das formas mais sofisticadas. Trata-se de outra frente da linguagem e para os

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