Revista da ESPM - JUL-AGO_2007

pós-modernidade. Essas tendências fazem parte da cultura brasileira, da sua sociedade, e - cada vez mais - se espalham um pouco por toda parte. Creio que é uma grande mudança. Cresci durante os anos 90. Parafra– seando o prof. Michel Maffesoli - na minha opinião -, os anos 90 foram de uma grande impertinência. A imper– tinência é tudo que não é pertinente à realidade: são conceitos, explicações, teorias que se avançam e que não estão ligadas à realidade das coisas. A queda do muro de Berlim produziu, em todo o mundo, a impressão de que o futuro seria racional; era o fim das ideologias, o fim das nacionalidades - uma nova racionalidade de mercado marcando o fim da história. Seria, tam– bém, o fim da geografia. Com os novos meios de comunicação conectando o mundo inteiro, os lugares seriam todos a mesma coisa, o mundo inteiro estaria incluído e tudo seria perfeitamente racional. Uma tensão progressiva da racionalidade iria dominar o futuro, consubstanciado no Vale do Silício.. Contudo, essa retórica da impertinên– cia-ascendente ao longo dos anos 90 -acabou se diluindo e chegou ao iní- cio da década de 2000 completamente desfeita. O acontecimento simbólico que marca isso é o nine-eleven - 11 de setembro de 2001. A l i, acordamos em um mundo que não mais tinha a ver com aquela extensão progressiva da racionalidade. Sempre na minha opinião: trata-se de um mundo bem

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