Revista da ESPM - JUL-AGO_2007

para nós. É uma overdose, tanto bom– bardeio de sinais, que as pessoas ficam fartas - e decidem: agora é a minha vez de chamar a atenção, sou eu que vou entrar em cena. As novas tecnologias são tecnologias do narcisismo. Está ao meu alcance tornar-me um broadcaster. Se algo acontece na minha vida, uma idéia me ocorre, em vez de comunicá-la sim– plesmente a um amigo ou a qualquer outra pessoa, eu faço um e-mail e en– vio para todo mundo. Todas as pessoas que conheço serão informadas de tudo que faço, de tudo que ocorre na minha vida. O e-mail é produto da tecnologia de narcisismo, uma impressionante representação de si mesmo. Todos nós somos submergidos, todos os dias, por e-mails que não foram enviados para nós, mas sim para todo o mundo. Rara fazer cinema, antes, era preciso uma tecnologia dispendiosa e compli cada. Hoje todos nós podemos fazer cinema. Isso começa a causar impacto em todo o mundo da informação, não somente na área dos espetáculos. 0 mundo da informação está mudando deforma radical. Na televisão, há cada vez mais imagens provenientes da rua, ou de uma pessoa, que estava lá, com seu telefone celular, quando o acon- tecimento ocorreu, e imediatamente teve a possibilidade de capturar a sua imagem. Na Grã-Bretanha existe um

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