Revista da ESPM - JUL-AGO_2007
Somos bombardeados por tantas informações, por tantas imagens e estímulos solicitando a nossa atenção, que desejamos ter a atenção voltada para nós. É uma overdose, tanto bombardeio de sinais, que as pessoas ficam fartas - e decidem: agora é a minha vez de chamar a atenção, sou eu que vou entrar em cena. programa que se chama I was there [Eu estava lá]. Ele mostra filmes e imagens de pessoas que foram testemunhas, que estavam presentes na cena da ocorrência. A informação torna-se testemunho, de cada um de nós no centro das atenções. Não são mais personalidades - ou grupos de elite - que produzem as informações, mas cada um de nós. Ouvi um filósofo alemão utilizando, para essa nova situação, um termo que acho muito interessante (especial– mente por eu ser de Roma, onde está o Coliseu): é a volta da arena. Podemos dizer que, durante 1.500 anos, a arena tinha praticamente de– saparecido no mundo ocidental. Ela foi ressurgir no início do século 20, precisamente em 1907, em Londres, para os jogos olímpicos: o estádio de Shepherd's Bush - a primeira arena da modernidade, para pessoas. A partir daí, os estádios e as arenas recomeçaram a povoar o mundo, como lugares de orgia, de encontro, comunhão, onde se vibra junto com todos os outros, seja um jogo de fute– bol ou um espetáculo de rock. A arena é o símbolo de tudo isso. Em latim, o anfiteatro chamava-se spectacula, porque essa dimensão visual era muito marcada. Não se tratava da racionalidade dos concei-»
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