Revista da ESPM - JUL-AGO_2007

tos, mas sim do impacto da imagem. Essa arena, hoje, não é mais apenas a arena dos estádios, mas passou a ser uma enorme arena virtual onde todos nós vibramos - e os reality shows são paradigmas. American Idol, Big Brother são o paradigma da arena, o espetáculo da crueldade - pois existe um marcado componente d e crueldade nessas pessoas que são colocadas no centro da arena. Como nas arenas romanas, o lema é mor s tua vita mea (sua morte é minha vida), pois só um poderá sobreviver no final . Podemos ver esses reality shows como o retorno dos gladiadores. O espetáculo da crueldade sempre existiu. Muitas arenas romanas fun– cionavam nos horários das refeições, como lugares onde, em vez de a l– moçar ou jantar, você ia para assistir aos combates, aos leões devorando os cristãos e tudo o mais que significava o poder e o prazer da crueldade. Hoj e em dia, na hora da refeição, mais o u menos - em torno das 8, 9 horas da noite - em vez de dirigir-se ao circo romano, você liga a televisão e tem a sua arena particular. O QUE MUDA? Maffesoli cita Norbert Elias, para quem o processo civilizatório separa as elite s e é um processo de autocontrole; a so– ciedade cortês, a sociedade-da-corte. Essas elites vende m muitíssim o bem , porque mudam constantemente, as– sumindo modelos, como Madonna ou Davi d Beckham , um a cabeleir a diferente, um look diferente. São, realmente, elites publicitárias. Para tornar-se importante e poderoso, dentro da sociedade cortês, você deve dissimular os seus instintos e ser o mais contido possível. Em termo s psicanalíticos é o superego. Este era o

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