Revista da ESPM - JUL-AGO_2007
Ou ainda, o papel da infância. Na Europa e nos Estados Un i do s, não existem os problemas dramáticos do Brasil, em relação aos meninos de rua. C o n t u d o, a condição da infância c omo um espaço prote– gido - que prevalece durante todo o século 20 (não c omo na Idad e Média, em que as crianças eram expostas ao sexo, à violência) -, u m espaço separado para elas, també m acabou. A c a bou c om o fim da " c i v i– lização tipográfica". Na medida em que o conhecimento se disseminava através da escrita -dos livros e da e s co l a-, você podi a proteger a infância. Primeiro, er a necessário que elas aprendessem a ler, decifrar certos códigos; de– pois, gradualmente, a gente ia-lhe s revelando a verdade. Essa condição protegida da infância ocorreu na Eu– ropa, nos Estados Unidos, e mesmo no Brasil entre as classes mais privi– legiadas e existia até outro dia. Ma s isso acabou. Hoje, com a difusão de imagens pela internet, nada mais está protegido. Crianças de 3 e 4 anos são expostas de imediato a todo tipo de violência, ao sexo e tudo mais que existe no mundo. Desafio qualquer pai a c on– seguir limitar um filho na internet. É, antes, o contrário - os fiIhos é que nos poderiam censurar, se quisessem. E não há meio de parar isso. Hoje, com a difusão de imagens pela in– ternet, nada mais está protegido. Crianças de 3 e 4 anos são expostas de imediato a todo tipo de violência, ao sexo e tudo mais que existe no mundo. Assim, portanto, a brasilianização de que falo no meu livro, em que tento traçar um paralelo entre coisas que existem no Brasil, há algum tempo, e os fenômenos que se globalizam. »
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