Revista da ESPM - JUL-AGO_2007

O marketing no agronegócio tem características únicas. O aspecto edu– cacional é muito forte. Um agrônomo ou veterinário precisa saber falar em público. Palestras e seminários são uma constante nessa atividade. A assistência técnica é outro aspecto marcante do marketing nesse setor - o treinamento operacional, ensi– nar a fazer, ensinar a usar. Os dias de campo, geralmente aos sábados, fazem do marketing rural um mix d e tecnologia com música, gastronomia e muita conversa. As feiras e exposições têm sofrido grandes mudanças nos últimos anos. Em quase toda cidade brasileira há uma feira e exposição agropecuária. Na década de 70 esses eventos eram mais técnicos, com mostra de animais e con– cursos de produtividade. Da década de 90emdiante, os organizadores ficaram mais preocupados em envolver a socie– dade urbana do interior. E essas feiras tomaram uma característica popular. Sempre com vínculos de promoção da classe política. Shows de artistas, barracas de comida e bebida, venda de artesanato e de produtos industria– lizados viraram moda. Na contramão dessa tendência de popularização das feiras agro– pecuárias, duas vertentes distintas apareceram. Por um lado megaeven- tos espetaculares vendendo um estilo country de ser, como A Festa do Peão Boiadeiro de Barretos. Um negócio que faz parte de todas as agências de turismo e que leva turistas de todo país e até estrangeiros para a região. O Brasil adotou e tropicalizou o cowboy e passou a fazer sucesso fora das nos– sas fronteiras com esse espetáculo do interior moderno. O Agronegócio tomou a avenida no Carnaval do Rio e de São Paulo, tra– zendo para a maior festa brasileira o desfile da soja e do campo. Isso ocor– reu no ápice do " b o om" agrícola no início deste século. E, ainda na década de 90, o Brasil descobria o "agribusiness" (respon– sável por cerca de R$ 580 bilhões de receitas na e c onomia brasileira), visão e gestão da cadeia que vêm desde o "antes da porteira" das fa– zendas (insumos e equipamentos), passando por "dentro da porteira" (produção rural propriamente dita) e o "pós-porteira" das f azendas (processamento, agregação de valor e distribuição de alimentos, fibras, energia e rações). Nessa moderna visão empresarial do negócio rural a A B AG - Associação Brasileira de Agribusines -, naquela época, sob o c omando de Ney Bittencourt d e Araújo (seu primeiro presidente e fundador), criava o Agrishow (hoje já na sua 14 a edição), junto com ou– tras entidades, incluindo a A B I M AQ -Associação Brasileira da Indústria de Máquinas -, a A N DA - Associa– ção N a c i o n al para a Difusão d e A d u b os -, e a SRB - S o c i edad e Rural Brasileira. O Agrishow tem um formato diferenciado. É uma feira de tecnologia, produtos e serviços par a o campo. Um local de encontro da s lideranças de todo o país, um espaço f o rmador de opinião e da moda tecnológica da agricultura brasileira. Aqui a técnica é premiada e a lide– rança na busca do high tech e da visão conjuntural é determinante. No mo d e lo de "espetáculo" do Agrishow, o show é da tecnologia, e tudo funciona em volta das máquinas, dos insumos modernos, da genética dos serviços e da mídia voltada aos líderes do ramo. Os spof lights servem para colocar o trator e as collheitadeiras no centro do palco.»

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx