Revista da ESPM - JUL-AGO-2011

julho / agosto de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 117 Introdução R erificou-se na última década um expressivo crescimento da classe média brasileira, que de fato se tornou o maior estrato social do país. Em rela- ção direta com esse processo, temos observado o aquecimento de alguns setores da atividade econômica. Diante disso, o objetivo deste artigo é investigar as oportunidades abertas no campo da economia do entretenimento diante de uma nova realidade social brasileira. A relevância dessa discussão decorre do fato de que a economia do entretenimento cresce em importância em todo o mundo, mas en- contrava no Brasil uma importante barreira ao seu desenvolvimento, que era o baixo poder aquisitivo da população que não dispunha de renda suficiente para gastar em bens e serviços de entretenimento. A nova classe média O trabalho de Neri (2010), é bastante ilustra- tivo da nova composição de classes sociais do Brasil. Segundo o autor, entre os anos de 2003 e 2011, 48,8 milhões de pessoas ingressaram na soma dos estratos médios e altos, isto é, na soma dos estratos ABC. Por outro lado, no mesmo período o estrato DE foi reduzido de 96,2 milhões de pessoas para 63,6. Promoveu-se, portanto, uma importante dança distribu- tiva que pode ser visualizada no Gráfico 1. Dos estratos agrupados no gráfico, chama-nos a atenção o crescimento expressivo da classe C, que hoje responde por cerca de 55,05% das pessoas, e o declínio da participação das classes D e E, que respondem atualmente por 33,19% da população. Nesse sentido, é correto estabelecer que o Brasil, atualmente, é composto majoritaria- mente por famílias de classe média e que, se permanecermos nesse processo, teremos, ainda nos próximos anos, a incorporação de muitas famílias ao mercado consumidor na- cional. Mas qual é o poder aquisitivo dessas famílias? O que as define como classe média? V

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