Revista da ESPM - JUL-AGO-2011

R E V I S T A D A E S P M – julho / agosto de 2011 118 Contra 10,03%dos 10% mais ricos, na última década. A renda dos 50% mais pobres do Brasil cres- ceu 67,9%. Apesar de haver algumas defini- ções, seguiremos com o trabalho de Neri (2010), segundo o qual as classes devem ser definidas de acordo com o conceito de renda domiciliar per capita . No Quadro 1, sintetizamos as informações. Um aspecto muito interessante desse processo é que a maior mobilidade social verificada no Brasil na última década está dire- tamente associada a uma redução da enorme desigualdade de renda brasileira. De fato, o Brasil possui, atualmente, o menor índice de Gini referente a concentração de renda, desde que se iniciou a série histórica em 1960. Segundo Neri (2010), a renda dos 50% mais pobres do Brasil cresceu 67,9% contra 10,03% dos 10% mais ricos, na última década. Dessa forma, o aumento da mobilidade social no Brasil decorre não ape- nas do crescimento da renda, mas também da redução do enorme abismo social brasileiro. Diante dessas informações, um dos diversos questionamentos possíveis de serem reali- zados consiste em indagar quais setores da atividade econômica podem ser impactados pelo crescimento da classe média brasileira. Naturalmente, o aumento do poder de compra dos brasileiros já produz efeitos nos variados setores da economia, entretanto, pretendemos aqui investigar as oportunidades existentes no campo da economia do entretenimento. A economia do entretenimento e a nova classe média A economia do entretenimento refere-se ao estudo econômico da produção de bens e serviços que são permeados por campos simbólicos da cultura e do espetáculo – num 70 60 50 40 30 20 10 0 1992 1993 1994 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fonte: Neri (2010) EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DOS GRUPOS DE CLASSES ECONÔMICAS (%) CLASSES A e B Gráfico 1. CLASSES D e E CLASSE C

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