Revista da ESPM - JUL-AGO-2011

julho / agosto de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 135 oriundos das classes menos favorecidas já representam 50% do movimento nas redes sociais. As reflexões propostas enfatizam a estreita ligação entre as culturas midiática e do consumo. Discute-se o mito da “geração digital” e sua suposta desenvoltura com as novas tecnologias, evidenciando a necessidade de projetos educacionais conducentes a uma formação cultural qualificada. A emergência de quase quatro milhões de domicílios para a classe C brasileira MARCELO ZOROVICH E MANOEL GUEDES NETO PÁG. 80 A partir da dinâmica econômica e social do Brasil, registra-se a emergência de quase 4 milhões de novos domicílios que migraram para a classe C brasileira, os quais contribuem para o crescimento do consumo nos últimos anos. Entre 2005 e 2011, de acordo com os dados e as análises da Kantar Worldpanel em 8200 domicílios dispersos pelo país, a nova classe C passou a representar 41% de importância, já figurando como a parcela mais significativa da pirâmide brasileira. Tal fato indica um novo perfil na sociedade, cujo poder de compra aumentou significati- vamente, mas que ainda se contrapõe com um bolso enxuto, muitas vezes endividado e limitador de novas aspirações. Impulsionada pelo acesso ao crédito, aumento médio da renda mensal, além de outros indicadores, essa nova classe média reflete distintas re- alidades no país. Nova classe média... Será nova? IONE ALMEIDA PÁG. 100 Parte da população brasileira, mais da meta- de, ou seja, 53%, passou a pertencer à classe C, considerada hoje como a nova classe média brasileira. A questão que se propõe é: Por que nova? Os consumidores não são os mesmos. O que mudou? O que realmente mudou é o aumento do poder aquisitivo dessas classes. E, portanto, a possibilidade de acesso aos mais diversos bens de consumo, em todos os segmentos: alimentos, saúde, educação, lazer e cultura, entre outros. O novo é o acesso a esses produtos e serviços. É o desfrutar dessa experiência do ter ou fazer. E essas experiências e oportunidades trouxeram uma modificação no comportamento e na forma de ser e pensar dessas pessoas. Estão se sentindo mais confiantes e, portanto, são mais exigen- tes em suas escolhas e preferências. O que deve ser levado muito em consideração pelos gestores de marketing no estabelecimento de suas estratégias. Classe C: ascensão social – além do acesso, aquém da inclusão MARCIA PERENCIN TONDATO PÁG. 110 O artigo traz considerações a respeito da comunicação e consumo, na perspectiva da cidadania, em um contexto de crescimento da classe C, na sociedade complexa, carac- terizada pela necessidade de inserção do indivíduo em domínios que vão além dos fazeres cotidianos tradicionais, para que se possa falar em um mínimo de oportunidade de participação social e política. O consumo neste estudo é pensado como algo intrínseco à existência humana, onde quer que haja bens materiais que se transformam em bens cul- turais pelas relações sociais. O que interessa é esse consumo na cena contemporânea, que passa por uma comunicação mediada, em que o simbólico não é restrito a ritos e rituais tradicionais, sagrados até, mas é acionado a todo e qualquer instante. A economia do entretenimento para a nova classe média JOÃO LUIZ DE FIGUEIREDO E RODRIGO DA SILVA CARVALHO PÁG. 116 Muito se propaga sobre o acesso ao crédito e aos bens de consumo, e mesmo força política, que esse estrato social, classificado generi- camente como classe C, tem conquistado na nossa sociedade. No entanto, muitos setores da economia ainda não conseguiram ajustar os seus modelos de negócios para dar conta dessas oportunidades que se apresentam. Nesse sentido, a economia do entretenimento também parece buscar a melhor maneira de gerar, entregar e capturar valor nos seus mercados – o exemplo patente é a indústria fonográfica. Para fins deste artigo centra- mos o olhar para a cadeia do audiovisual, fazendo um recorte na etapa de exibição das produções cinematográficas: os tradicionais cinemas. Buscamos entender, por meio de um simples exercício de análise espacial da localização dos complexos e salas de cinemas na cidade do Rio de Janeiro, se os seus mode- los de negócios estão voltados para atender a essa nova classe média. Por fim, apresentamos, brevemente, a pro- posta do Ponto Cine de Guadalupe, localiza- do no extremo da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, como um caso viável de mo- delo de negócios inovador que se apresenta como uma alternativa de entretenimento em audiovisual para a emergente classe média. Os impactos da globalização no consumo de café especial pela classe média brasileira REYNALDO DANNECKER CUNHA PÁG. 124 O presente artigo tem por objetivo realizar uma reflexão sobre a influência de variáveis externas que impulsionam o aumento do consumo de café na classe média brasileira, especialmente na chamada classe média tradicional. Apesar de, historicamente, ser o maior produtor mundial de café, nem sem- pre o consumo interno acompanhou essa realidade. O cenário mostra-se ainda mais crítico quando se trata do café especial. Nesse sentido, aborda-se o impacto da globalização por meio de fatores como a convergência do consumidor global, fatores econômicos e so- cioculturais, a fim de demonstrar seus efeitos no consumo de cafés especiais por brasileiros dessa classe média. ES PM

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