Revista da ESPM - JUL-AGO-2011
maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 15 S o f i a E s t e v e s } 2010 foi o ano em que tivemos a melhor distr ibuição de renda no Brasil, mas ainda estamos entre os piores do mundo. ~ } O Cr i tér io da FGV estabelece 11% nas clas- ses A e B e o “Cr i tér io Brasi l ”, 33%. O “Cr i tér io Brasi l ” dá uma margem melhor de atuação para as empresas porque segmenta mais. ~ NELSOM − Ótima. Em 2000, era 29% da população, segundo o “Critério Brasil”. Agora, as classes A e B, no mesmo “Critério Brasil”, somam 33%. GRACIOSO − É um aumento de quase 20%, um ótimo crescimento. NELSOM – Isso representa um aumento de quase 14 milhões de pessoas nas classes A e B. A classe C vai de 36% para 49% em 2009, com um aumento de 32 milhões de pessoas. E as classes D e E, que eram 35% em 2000, chegaram a 18% em 2009 − há um decréscimo porque há ascensão. Ela perde 26 milhões de pessoas, mas isso é positivo. Aparentemente, essa conta não fecha, porque há uma mobilidade de 46 milhões de pessoas nas classes A e B e na C e só há uma subida de 26 milhões de pessoas, mas porque nasceram 20 milhões de brasileiros entre 2000 e 2009. E há um erro quando falo que houve um aumento de 32 milhões na classe C. Na verdade, há um crescimento de 20 milhões da população e, como ela representa a metade, dez milhões já nasceram aí, o que não representa mobi- lidade. É difícil chegar a essa mobilidade, mas os números que aparecem na mídia são impressionantes: 30, 40 milhões. O dado mais significativo está em torno de 25 a 30 milhões de pessoas, que saíram das classes D e E e foram para cima. GRACIOSO − O que não deixa de ser significativo. NELSOM – Proporcionalmente, quem cres- ceu mais foram as classes A e B. Se compa- rarmos 2001 a 2009, as classes A e B cresce- ram 37,5%, segundo o Critério da FGV. Se pegarmos o mesmo número de 2001 para o que eles chamam de classe média, há um aumento de 31,5%, ou seja, cresceu menos do que as classes A e B. E há, evidentemen- te, a diminuição da classe E, que é bastante significativa. Do meu ponto de vista há uma expansão que está afetando o consu- mo positivamente, mas não uma mudança social. Contra a mobilidade social temos o gargalo da educação e também da distribui- ção de renda. Desde 1960 esse índice vem melhorando. Aliás, 2010 foi o ano em que tivemos a melhor distribuição de renda no Brasil, mas ainda estamos entre os piores do mundo. Em 2000, aproximadamente um terço da população fazia parte das classes A e B, que detinha dois terços da renda familiar nacional. Um terço dos brasileiros tinha dois terços da renda, enquanto dois terços da população, onde estão as classes C e D, dividiam apenas um terço da renda. Marangoni Nelsom
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