Revista da ESPM - JUL-AGO-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 21 S o f i a E s t e v e s } Dever íamos aprovei tar o fato de a classe C estar sendo mais respei tada para ter um crescimento social realmente verdadei ro. ~ ES PM GRACIOSO − Ninguém tem. NELSOM − Mas temos de pensar. No Brasil está havendo uma mobilidade que não cha- maria de social. Não diria que essas classes emergentes estão incluídas na classe média tradicional, que representa muito mais a classe B. GRACIOSO − Mobilidade do consumo, talvez. NELSOM − Mobilidade do consumo está perfeito, e um consumo baseado muito mais no crédito do que na renda, embora haja aumento de renda. O ponto é que as oportunidades de negócios não estão res- tritas à classe C. GRACIOSO − Creio que a grande lição desta entrevista é esta: as oportunidades de negó- cios em todas as classes. Daremos valor à nova classeCno contexto socialmais amplo. Todas as classes estão passando por um processo dinâmico no Brasil. NELSOM − A expansão se observa em todas as classes. A classe C chama atenção porque é volumosa, mas podemos cometer erros nessa idealização. A classe C, na verdade, pode ser chamada de classe média porque está no meio. Mas a classe média que apa- rece na mídia não é a classe C do “Critério Brasil”. Isso é outra mudança importante para os clientes, é outra percepção. E, na verdade, tem implicações na área de co- municação que cada agência precisa cuidar porque esse pessoal está com novos valores, que precisam ser devidamente entendidos. GRACIOSO − Na verdade, está se fazen- do dois tipos de propaganda no Brasil, que correm paralelos. Os comercias destinados à TV por assinatura, por exemplo, não têm nada a ver com os comerciais de TV aberta. Cada vez mais se trata de dois públicos, dois proble- mas, duas motivações, duas linguagens completamente diferentes. NELSOM − E precisa ser porque são dife- rentes. Falando em TV, lembrei-me de um dado fundamental que hoje se discute mui- to: a questão de convergência dos meios, os muitos pontos de contato do consumidor com as marcas. Nessa classe C também acontece isso: o tempo de lazer é gasto na TV aberta em programas humorísticos, novelas, personality shows , programas de auditório e é aí que temos o consumo da TV. Portanto, se uma marca tem pouco dinheiro, deve investir em TV aberta. Esse público está buscando outros meios, mas não é neles que gastam a maior parte do tempo. Para encerrar, eu diria que sonhar com um Brasi l melhor é f undamenta l. Perceber que está evoluindo também é relevante. Mas idealizar essa evolução é perigoso, pode dar uma falsa ideia, levar a planejamentos errados, além de desfocar e esconder problemas sérios. GRACIOSO − E pode nos fazer crer que somos melhores do que realmente somos. NELSOM − Não há dúvida. GRACIOSO − Obrigado, Nelsom. Marangoni Nelsom

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