Revista da ESPM - JUL-AGO-2011
R E V I S T A D A E S P M – julho / agosto de 2011 24 Classificada em 2005 como sendo 43% dos brasileiros, a classe C passou a ser mais da metade da população, atingindo 53,8% em de- zembro de 2008. T ano era 2005. O autor, umdos nomes mais renomados do management , (Professor of Corporate Strategy at the Stephen M. Ross School of Business in the University of Michigan) e autor de vários livros (Coimbatore Krishnarao Prahalad − August 8, 1941 – April 16, 2010), mais conhe- cido como C.K. Prahalad, lançava seu livro A riqueza na base da pirâmide: como erradicar a pobreza com o lucro . 1 Ainda nesse período suas ideias começavam a ser absorvidas pelos acadêmicos, governos, políticos, empresas e profissionais, mundo afora. E que ideias são essas? Sua ideia é fruto de uma longa e solitária jornada nascida nos feriados de Natal de 1995, quando C.K começou a se questionar: “ o que estamos fazendo pelos mais pobres do mundo ?” E ainda. “ Por que, com toda a nossa tecnologia, know-how gerencial e capacidade de investimento, somos incapazes de fazer uma contribuição, mesmo que mínima, ao criar um capitalismo de inclusão”? Mas o que isso tem a ver com a nova classe média? É que essa população brasileira, que hoje é chamada desta maneira, não era chamada assim, até pouco tempo atrás. Essa população, agora muito procurada por pesquisadores, acadêmicos, empresários, profissionais de marketing e de comunicação, era chamada de classe C, ou de população de baixa renda. E esse legado também chegou até o Brasil pela influência de Prahalad e sua ideia de Riqueza na base da pirâmide . Até então, parece que estamos falando de muito tempo atrás, mas não chega nem a uma década. E as referências a essa população eram a de uma “massa” quenão tinha rosto, sexo, profissão,mo- radia, necessidades, hábitos e que apenas se cha- mava de “classe C ou população de baixa renda”. De 2005 até hoje, muitasmudanças aconteceram no Brasil, mas uma ainda precisa ser mais bem entendida: o Brasil mudou de cara. O maior fenômeno sociológico do Brasil: a nova classe média 2 Como as mudanças são cada vez mais rá- pidas e maiores, muitas empresas ainda não conseguiram assimilar os impactos das mudanças pelas quais o país vem passando nestes últimos anos dos governos FHC, Lula e agora Dilma, especialmente no ambiente sociocultural, ou seja, hábitos, costumes e O A referência à classe C era a de uma “massa” sem rosto, sexo, profis- são,moradia, necessida- des, hábitos, denomina- da “população de baixa renda”. Hoje, ela nos mostra que o Brasil mu- dou em vários aspectos.
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