Revista da ESPM - JUL-AGO-2011

julho / agosto de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 49 Grande vencedor do Festival É Tudo Ver- dade em 2011, Família Braz - Dois tempos faz uma radiografia de uma classe social em ascensão no Brasil. Os sonhos agora ganham uma possibilidade de realização, ainda que com algum tempo e empe- nho. Essa é uma importante dimensão que pare- ce caracterizar grupos ou segmentos sociais em processo de ascensão. A ideia de um futuro que, por mais que exija esforços, pode ser construído. Para amplos segmentos sociais brasileiros essa parece ser uma boa e nova perspectiva. I – É tudo verdade o encedor no festival É Tudo Verdade − Festival Internacional de Docu- mentários de 2011 1 , o filme Família Braz – Dois Tempos, dos diretores Dorrit Harazim e Arthur Fontes, fala da ascensão da nova classe média, a classe C, a partir da história dos membros de uma família de Bra- silândia, periferia de São Paulo. Há dez anos, os diretores haviam realizado um primeiro filme com os mesmos personagens e, agora, retomam a conversa com a família já hoje em outra situação, vivendo novas experiências e percebendo o mundo com novas lentes. Apontada pelas estatísticas, a ascensão da classe média brasileira é radiografada nesse documentário, em que os diretores Dorrit Harazim e Arthur Fontes revisitam uma família da zona no- roeste paulistana que protagonizou um trabalho anterior, “A Família Braz” (2000). Seu Toninho, dona Maria e três dos quatro filhos, De- nise, Gisele e Éder – o mais velho, Anderson, casou e mudou – conti- nuam morando na mesma casa, na Vila Brasilândia. Mas sua renda e perspectivas profissionais e cultu- rais, visivelmente, se ampliaram. Denise, que era recepcionista, hoje é vendedora, tem cartão de crédito, já fez plástica e viajou de avião. Gisele estuda pedagogia e tem seu note- book . Éder desistiu de ser motoboy , formando-se técnico de laboratório. Anderson trabalha com seguros e planeja uma viagem ao exterior. 2 V P or C arlos A lberto M esseder e P atricia R eis

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