Revista da ESPM - JUL-AGO-2011

R E V I S T A D A E S P M – julho / agosto de 2011 64 Além de saber o que é, o mais importante será entender o potencial do microsseguro; quais são os seus impactos e que vetores favorecem seu crescimento, bem como os desafios de marketing e comunicação en- volvidos na sua promoção. Segundo um estudo conduzido pela Funenseg − Escola Superior Nacional de Seguros e pela Confederação Nacional das Empresas de Se- guros, em 2009, os microsseguros já estariam atendendo entre 23 e 33 milhões de clientes. Para esse perfil, esses pequenos seguros são, por exemplo, feitos vinculados à extensão de produtos eletroeletrônicos, modalidade que é mais conhecida pelo termo “garantia estendi- da” ou ainda o chamado seguro-funeral, que não é exatamente um seguro de vida, mas visa reduzir o impacto que a perda de um ente querido acarreta para as famílias da classe C, mas, é claro, não se restringe a essas duas hipóteses, apenas. O mesmo estudo, realizado em 2009, aven- tava um horizonte de potenciais clientes que poderia chegar a algo em torno de 40 e 50 milhões de pessoas, ou cerca de 30% a 37% da população adulta. Mas o horizonte pode ser ainda maior, como algo entre 128 milhões de indivíduos das classes C e D com renda de até 3 salários-mínimos. Nota-se, com base nos números apresentados, que o mercado está em ampla expansão. Mas não adianta apenas haver crescimento no número de potenciais clientes, se não houver crédito disponível. Ainda mais porque há uma estreita relação entre a oferta de crédito e mi- crocrédito e a emergência dos microsseguros. Os primeiros estimulam a atividade econômi- ca e o segundo garante sua continuidade. Não por acaso, na Índia, pátria do microcrédito, com experiências de grande vulto como o Grameen Bank, entidade mundialmente co- nhecida por ações de microcrédito, o público de modalidades de microsseguros movimenta cerca de US$ 80 bilhões. Educação contribuindo nesse novo negócio Se, por um lado, os benefícios do micros- seguro são claros, quando os clientes são apresentados a eles, por outro, é importante entender que o que aconteceu não foi apenas a emergência de um novo tipo de serviço, mas surgiu também uma nova necessidade entre este novo tipo de consumidor. Não foi somente o cenário com mais condições de consumo; o público de baixa renda também passou a ter uma melhor formação, fruto de avanços na escolaridade e de maior acesso à informação. A Polêmica: Apesar de já serem comercializados no Brasil, alguns até se apropriam do nome microsseguros, esta cate- goria está ainda em processo de regulamentação por parte do mercado segurador, sob gestão da SUSEP. Ou seja: é o mercado provocando e reagindo à demanda, para, em seguida, estabelecer a regulamentação, que não é ágil vis-à-vis a oportunidade. Outro caso de seguro associado a prêmios é o chama- do Mega Sorte, criado pela rede de venda de materiais de construção Telhanorte: com valor de R$ 3,99, ele dá direito a um número para sorteio de R$ 15 mil, pela Loteria Federal, e ainda um seguro de acidentes pessoais no valor de R$ 1.000,00.

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