Revista da ESPM - JUL-AGO-2011
R E V I S T A D A E S P M – julho / agosto de 2011 78 uma vasta quantidade de links relacionados à palavra-chave digitada. Questões cruciais várias, tais como a autenticidade e a correção das informações, aliadas à confiabilidade e relevância das fontes não são autoevidentes ou mesmo inerentes ao processo e demandam a elaboração ativa, volitiva de um amplo reper- tório cultural por parte do internauta. Quando não se dispõe de referências seguras, é fácil ficar perdido diante de tanta informação. É preciso ainda levar em conta toda a sofisti- cada engenharia e os meandros de linguagem informacional nos bastidores de programas, aplicativos e redes, o que condiciona e por vezes mesmo conduz e determina as conse- quências de cada clique do mouse. A ilusão de que o domínio das ferramentas tecnológicas equivale a um tipo de empoderamento pessoal precisa ser ampla e profundamente discutida. O admirável mundo digital Quando a internet residencial começou a se consolidar nos anos de 1990, era basicamente composta de sites publicadores de conteúdo. O que se convencionou chamar de web 1.0 foi nomeado após uma análise em retrospectiva realizada a partir de uma fase posterior de desenvolvimento. Na web 1.0 a mídia tradi- cional funcionava como modelo e a rede era caracterizada pela predominância de portais de conteúdo que reproduziam para as telas dos computadores o material que era pautado nas revistas, canais de televisão ou jornais. O amadurecimento e a ampla apropria- ção social da web tornaram-na uma rede mundial de comunicação, sociabilidade e negócios. A web 2.0 começa a surgir quando se passa a fornecer um ferramental para que seus usuários criem e publiquem seus próprios conteúdos em interfaces graficamente mais amigáveis que dispensariam o conhecimento altamente especializado, restrito aos estu- diosos da computação. Nessa perspectiva, a internet passa a ser encarada como ummeio de integração, prestação de serviços e como arena para todos os tipos de produção e distribuição compartilhada. A crescente sofisticação do ecossistema midiáti- co-comunicacional acompanha o aprimoramento constante das práticas produtivas e as deman- das da distribuição globalizada e ao mesmo tempo finamente segmentada. Nesse cenário, consumo e produção se interpenetram. A cul- tura digital favorece enormemente a criação da segmentação embasada emgigantescos bancos de dados que são trabalhados a partir de sofis- ticadíssimos tratamentos estatísticos de modo a gerar novos nichos de mercado, assim como novas oportunidades e modelos de negócios. No atual cenário brasileiro de mobilidade econômica e cultural, tornar-se um inter- nauta funciona como legitimador identitário e social. Percebemos a existência de uma pluralidade de grupos sociais que buscam na web canais próprios de subjetivação, socialização e entretenimento, como atesta A internet, na década de noventa, chamada deweb1.0,era,basicamente,compostapor sites e caracterizada pela predominância de portais de conteúdo, que replicava, nos monitores do computador, o material que era pautado na mídia de massa televisiva e impressa. O termo web 2.0 surgiu com o amadurecimento da internet, com o surgi- mento de ferramentas intuitivas e estimulan- tesàparticipaçãodointernautanarede, que passou a criar e fornecer conteúdo.
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