Revista da ESPM - JUL-AGO-2011
julho / agosto de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 93 } Ant igamente, havia os nobres mui to r icos e os vassalos bem pobres. À pr imei ra vista, parece que ainda temos os mui to r icos, que viajam de hel icóptero e possuem apar ta- mentos na Europa e nos Estados Unidos, e os miseráveis. ~ dessa seção, que é essa classe média, não tem como olhar tudo de uma vez. Juntar tudo significa ter uma visão estereotipada e fazer o jogo da publicidade política. Os segmentos de renda mais baixa, por exemplo, são compostos por essa turma que está entrando para a classe média. É o operário das construtoras, o pessoal do comércio, os vendedores. Depois, temos a grande classe mé- dia, composta pelo funcionalismo público, que ganha entre cinco e dez salários-mínimos. As cidades que têm maior incidência de classe média são justamente aquelas que têm maior influência do governo na economia. Mas esse pessoal que o Lula e todo o PT falam que está ascendendo ganha de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil por mês. MARCOS – Hoje é importante considerar a renda familiar, porque quando os filhos começam a traba- lhar eles passam a ajudar em casa. E esses R$ 1,2 mil sobem para R$ 3 mil, e um paga a luz, outro o condo- mínio e com isso o poder aquisitivo da família aumenta. PAULO – É preciso olhar esse pú- blico de forma segmentada. Tem o pessoal de baixo que começa na classe C que atende o comércio. Depois, passa para o funcionalismo público e o profissional autônomo num estágio mais inicial de carreira ou mesmo o jovem universitário for- mado que entra em todos os setores de serviços com uma faixa salarial entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. Eles fazem parte da classe média. Outro dia estava analisando os dados de uma instituição financeira e o volume de recurso disponível segmentado por faixa de renda e idade. Na verdade, o principal critério é a idade, por- que todos precisam de tempo para acumular, não temmistério. Idade é uma variável chave. A classe média alta se concentra no segmento mais maduro, que são os advogados, os profissionais liberais, os médicos ou mesmo os executivos de empresas. MÁRIO – Nunca consegui me de- finir se sou de classe A, B ou C e não me importo. Mas me pergunto se o melhor critério para classificar pessoas não seria medir o quanto você é feliz e qual é a sua ambição. DANILO – Isso é uma grande questão. MÁRIO – Fico pensando que clas- sificar as pessoas parece jogo de Palavras Cruzadas –A, B, C –, uma verdadeira sopa de letrinhas. A classificação é outra: você é feliz, é ambicioso? DANILO – Há uma questão muito clara quanto às ambições daque- les que adquirem mais poder de consumo: o desejo de ver o seu descendente em situação melhor do que a sua. Aí tem a questão educacional colocada como chave do processo. Estamos no setor de ensino educacional e de alguma forma começamos a perceber uma transformação, uma evolução, uma mudança. Um dos elementos vitais para aqueles que ascendem é desco- brir uma maneira de melhorar a vida da família. Isso significa escola e educação. Estamos colocando como foco essa questão de classificação das pessoas pela sua posição eco- nômica e participação no mercado de consumo, quando o definidor é o desejo de ver satisfeitas as suas necessidades. Como se mede isso? Talvez tenha alguma tribo indígena onde as pessoas sejam mais felizes } Nunca consegui me def ini r se sou de classe A, B ou C e não me im- por to. Mas me pergunto se o melhor cr i tér io para classi f icar pessoas não ser ia medi r o quanto você é fel iz e qual é a sua ambição. ~
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