Revista da ESPM - JUL-AGO-2011

julho / agosto de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 95 } A nossa educação bás ica está prat i- camente resolvida do ponto de vista da quant idade, fal ta uma ação profunda no que diz respei to à qual idade. ~ } Estamos condenados ao cresci- mento e ao desenvolvimento, ine- xoravelmente. I sso é um fato real. ~ neles ainda temos muito chão, vai dar para continuar emprestando dinheiro para essa turma. MARCOS – Dentro do critério de posse de classificação social, a edu- cação é o único bem que você não perde, não tiram de você. A edu- cação você vende através do valor trabalho ou de empregar aquilo que você sabe. MÁRIO – O Paulo falou das empre- sas que treinam seus funcionários porque nem todos estão preparados. Atrevo-me a chamar isso de ades- tramento, porque elas não treinam no sentido educacional, de preparar para a vida, mas sim para a função. Essa é uma grande questão e estou vendo uma falta de preparo, de ma- turidade, do que querem da vida os jovens.A educação como formação e pensamento está deixando a desejar, não por falta de vontade das escolas, mas porque o jovem está completa- mente perdido no instante em que entra numa empresa. O cargo para o qual foi contratado não existe, ele já muda para outro e se sente completamente instável, acho que esse é um dos enormes problemas que existem. DANILO – Concordo em partes, porque essa discussão em torno da mão de obra especializada também é uma falácia. A falta que temos é de educação básica, uma vez que a educação especializada com- plementa a básica. Dessa forma, não existe educação especializada porque não existe a educação bá- sica em quantidade e qualidade adequadas, porque educar não é apenas adestrar, ensinar a mexer no equipamento ou aprender uma tecnologia, um método, um modo de resolver um problema. Isso é desenvolver habilidades. Esse trei- namento existe e é necessário, mas será muito mais facilitado, rápido e tranquilo, se tivermos uma educação genérica básica, que informe as pes- soas sobre a vida, a sua realidade, o que faz, porque está aqui etc. Claro que temos problemas de pesquisas, de tecnologia, mas tudo isso tem uma explicação. A nossa educação básica está praticamente resolvida do ponto de vista da quantidade, falta uma ação profunda no que diz respeito à qualidade. MÁRIO – Qual é a diferença de comportamento entre a nossa classe média e as da Europa ou dos Estados Unidos? FÁBIO – Tenho ido muito à Alema- nha para estudar. No pós-guerra, o lado comunista e o capitalista desse país entraram em uma disputa sim- bólica de potências, principalmente, na formação, com uma educação básica muito forte para a cidadania. E isso está até hoje transbordando em todas as esquinas da região. No

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