Revista da ESPM - JUL-AGO-2011
julho / agosto de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 99 } É o padrão de renda que aumentou: os shoppings estão vendendo mais, o comércio e a economia estão crescendo. ~ ES PM os filhos levando uma vida muito melhor do que a dele. E o grande papel nessa classe é o da mulher, que planeja o futuro do filho muito mais do que o homem. FÁBIO – Um sonho de consumo que já começa a se realizar porque vemos o mercado respondendo a isso. Claro que este caminho do sucesso dos fi- lhos só vai ser feito pormeio da educa- ção e vemos o mercado respondendo a isso.Hoje, as escolas de idiomas não estão mais focadas nas classes A e B, mas sim na classe C, porque sabem que, nas classes mais altas, elas con- correm com professor particular. Um item que também passa pelo desejo de consumo e foge dos sonhos tradi- cionais do carro e da casa própria é o lazer, nos seusmais diversos aspectos, como uma viagem, uma ida ao cinema ou ainda umpasseiono shopping.An- tes,o lazer desse público estava restrito à festinha do santo “X” na paróquia do bairro e o churrasco na laje. Hoje, o churrasco na laje continua, mas ele mudou de região, a laje é outra, a car- ne também é diferente e, de repente, antes ou depois desse churrasco tem umcinema ou até um teatro.Afinal, se atéDeus descansou, porque as classes populares não podem descansar e ter um dia de diversão? PAULO – O sonho está na edu- cação. E quanto maior o acesso à tecnologia, à internet e à infor- matização, mais esse público vai tomando conhecimento do que ocorre no mundo. Hoje, os canais de conhecimento de acesso ao que ocorre no mundo são virtuais, não são mais, necessariamente, físicos. Ele não precisa da escola com Aris- tóteles falando na frente porque tem “N”formas de obter informação. DANILO – Chegamos a uma con- clusão quase que unânime em re- lação à questão da educação. MÁRIO – Isso é auspicioso, porque aqui temos pessoas comformações di- versas ede áreas diferentes.Bomsaber! DANILO – São sequiosos de in- formação e de educação, mas não aquela formal da escola. Buscam educação no sentido mais amplo. Querem saber o que está acon- tecendo, ter uma ideia mais clara das coisas. E usam a internet, a televisão, a TV a Cabo e todos os novos mecanismos que a tecnologia oferece para obter informação e co- municação. Claro que o certificado, o diploma é fundamental e eles querem isso para os filhos. PAULO – Recentemente, termi- nei um trabalho sobre a eficácia da comunicação, que passa pela discussão do papel da internet em todo esse processo. Um dado interessante é que se tende a di- zer que a penetração da internet é menor nas classes sociais mais baixas, porque a análise é feita apenas com a internet formal – é o computador com você sentado em casa ou no trabalho, na lan house . Mas o celular está sendo também fundamental no acesso à internet. MARCOS –A lan house temumpapel incrível. Ela está para a internet como o pré-pago está para o celular. DANILO – A lan house é um fe- nômeno que não foi devidamente estudado, mas é fantástico! MARCOS – Sob o ponto de vista de usuário é igual ao telefone pré-pago: ele adquire R$ 20 em crédito, se isola e faz o que tem de fazer. PAULO – A partir daí a informa- ção se propaga pelo celular. E é aí que a informação caminha numa velocidade extremamente grande nesse segmento. MÁRIO – Mas algo que me deixa extremamente preocupado é que toda essa mágica da tecnologia e da informação pode ter destruído a carreira de um homem, que é o Dominique Strauss-Kahn – ex-diretor do FMI que foi detido em Nova York por um suposto delito sexual contra uma funcionária de um hotel. A imprensa e os usuários do Twitter geraram uma bola de neve e o transformaram em um carrasco por causa de algo que eventualmente ele não fez. Agora, o que fazer com os três, quatro dias que ele passou na prisão? E a honra dessa pessoa como fica? Não tem mais conserto.
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