Revista da ESPM - MAI-JUN_2007

Sérgio Haberfeld 39 MAIO / JUNHO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M Outro problema era o alumínio. Os primeiros fabricantes foram a Alcan e depois a CBA. Mas o problema é que tinham muitos buracos – isso permitia a entrada de oxigênio, não dava a proteção necessária para os produtos. Foi então que se desenvolveu o polietileno. Mas era dificílimo manter a espessura. Precisava-se dessa espessura, porque quando a “mandíbula” da máquina do cliente aquecia a embalagem, para fechar, não fechava. Ou tinha polietileno demais e der- retia tudo, ou tinha pouco e não fechava. Eram grandes pro- blemas, além da dificuldade de importação. No Brasil, importar era quase impossível. Lembro- me dos problemas com a Nestlé, quanto ao cheiro nos saquinhos de Maggi. O saquinho era en- tregue pronto, mas não havia máquina, no cliente, para fazer isso – e nós tínhamos centenas de máqu i na s que ocupavam muito espaço. Quando o polietileno não estava na temperatura certa o produto ficava com cheiro e gosto de po- lietileno. O preço da embalagem era alto, a solução complicadís- sima e havia muitas devoluções. Tivemos de montar uma fábrica de tintas e vernizes, um laboratório de desenvolvimento de tintas que chegou a ter 80 pessoas. Tínha- mos de reinventar a roda, não adiantava comprar tecnologia de fora, pois a matéria-prima aqui era diferente. Então reinventávamos, com a matéria-prima brasileira. Embora não tivéssemos concor- rência e pudéssemos cobrar com boas margens, a perda era muito grande. Para termos equipamentos modernos, acabamos tendo de montar uma fábrica. Chegamos a “O FILTRO DO CIGARRO PRECISAVA SER IMPRESSO COM TINTA ESPECIAL PARA NÃO ENVENENAR OS USUÁRIOS...”

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