Revista da ESPM - MAI-JUN_2007

Sérgio Haberfeld 43 MAIO / JUNHO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M das empresas, principalmente as menores. Por exemplo, quando se entra numa Colgate – como nós fizemos – trata-se de um “pacote”. Coloca-se a máquina, c r i a - se a emba l agem – t udo dentro da casa do cliente – re- solve-se o problema de empaco- tamento e só se recebe quando o produto vai para o ponto-de- venda. Você tem de financiar toda a operação. NaBrahma, chegamos a ter, emmédia, 30 pessoas emcada fábrica. OMagim Rodrigues – que era o presidente da Brahma –me chamou e disse: “Sérgio, não quero ter problemas com rótulo. Você padroniza a máquina, a cola, entrega o rótulo e eu pago quando for para o meu depósito” – o que signifi- cava, pelo menos, 60 dias... FABIO – Qual a sua opinião sobre a questão atual, a respeito do impacto que as embalagens causam ao meio ambiente? SÉRGIO HABERFELD – Há uma estranha ilusão – que não con- sigo definir bem – sobre o meio ambiente. Existe a preocupação, mas a conscientização vem com o desenvolvimento do país. Se o país é pobre, a questão do meio ambiente parece ser imposta – como o Ibama está tentando impor – mas não vai funcionar, só traz atrasos para o país. Num país desenvolvido, rico, como a Alemanha – antes da junção com a parte oriental – eles tinham tanto dinheiro, que podiam se permitir estabelecer regras custosas – pois a população, bem alimentada, bem educada, satisfeita estava disposta a pagar. Na Suíça, pagam impostos altos, mas têm estradas perfeitas, hos- pitais públicos que – comparados com o Brasil – nosso Albert Einstein seria o INSS de lá... Na Alemanha, o problema mudou. Precisam, agora, abastecer, alimentar toda uma Alemanha Oriental. Então, afrouxaram o sistema de meio ambiente, começaram a deixar carrinho Tatra soltando fumaça nas auto-estradas... Na Alemanha Oriental, destruíram toda a fauna, os rios – e vão gastar uma fortuna para recuperar. Ao mesmo tempo, é preciso ensinar, criar consciência ecológica. Aqui no Brasil, envolvi-me num programa que todo mundo achou magnífico, mas não se leva adiante, que é o Programa Brasileiro da Reciclagem. Gosto de citar o exemplo de Uganda: jogaram sacos plásticos no pasto do primeiro-ministro e apareceram suas vacas mortas no “CHEGAMOS A TER 30 PESSOAS EM CADA FÁBRICA DA BRAHMA.”

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