Revista da ESPM - MAI-JUN_2007
A nova fronteira da embalagem cisamos é de um sistema de coleta seletiva, que as destine corretamente para serem recicladas, seja da forma que for. É um quesito importante, que faz com que a embalagem passe de heroína a vilã. ROBERTO – Considerando que 80% dos consumidores ainda decidem o que vão comprar no ponto-de- venda, a responsabilidade da em- balagem torna-se cada vez maior. Ela é um fator decisivo para a escolha do produto, na prateleira. Falando do ponto de vista do vare- jo, os consumidores têm cada vez menos tempo para escolher. E não só a embalagem, mas a comunicação – o que está escrito nela – é de grande importância. Uma pesquisa feita pela InterScience mostrou que é de 28 segundos, emmédia, o tempo gasto para escolher um produto no começo da compra; no final das compras cai para 8.5 segundos. Ve- jam a importância da embalagem. Falando sobre a responsabilidade do fabricante – se ela é biodegradável, reciclável – tudo isso confere cada vez mais importância, ainda, à embalagem – não só o design, a comunicação, mas também com as matérias-primas... JR – Wilson, você edita uma revista mensal sobre embalagem e tem as- sunto para 12 revistas por ano... WILSON – Na sua provocação, ao iniciar o debate, você disse que em- balagem é uma coisa chata, que não teria conteúdo para fazer uma revista tão bonita como a Revista da ESPM. Mas este é umgrupo pró-embalagem. A embalagem tem essas dimensões que já foram expostas, mas – se anali- sarmos a embalagem, sem analisar as funções específicas que ela deve ter, de proteção, transporte, comunicação etc. – veremos que a embalagem tem funções econômicas importantes. Se não existisse a embalagem, o que seria das safras de grãos, frutos, legumes etc.? Se analisarmos aspectos de ar- queologia e preservação da memória, o lado histórico da embalagem... A embalagem, como a conhecemos hoje, é fruto da revolução industrial. Na segunda metade do século XIX, começou a ser usada maciçamente – e o consumidor começou a ter marcas para escolher. A partir daí, a embalagem passa a ser, talvez, um dos mais importantes testemunhos do momento socioeconômico, cultural, histórico – o estágio da arte de uma sociedade, a medida da tecnologia dessa sociedade, que está, ou deveria estar, in- corporada às embalagens. É muito assunto; provavel- mente vocês terão de fazer uma nova edição sobre o tema. CELSO – Do ponto de vista varejista, na verdade, temos dois ângulos: as embalagens são importantes para os consumidores, na questão de con- servação dos alimentos; do ponto de vista de nossas marcas próprias, desenvolvemos embalagens que devem preencher, praticamente, toda a comunicação para vender o produto. E hoje o consumidor quer ter todas as informações dentro dessa embalagem. Gastamos muito tempo trabalhando esses aspectos. Ultima- mente, também levamos em conta os temas da biodegradabilidade e/ou reciclagem da embalagem, porque o consumidor quer uma resposta para isso. No grupo, também fazemos coleta seletiva em lojas. JR – Juliana, você está na Unilever, um grupo antigo e tradicional, que simplesmente participou da história das embalagens através dos tem- pos. Fale-nos um pouco sobre seu trabalho. JULIANA – Nossa responsabilidade como fabricante, empresa, tem a ver sobre como conseguimos atender à
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