Revista da ESPM - MAI-JUN_2007

Marcos Palhares 81 MAIO / JUNHO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M Nada mais justo, então, que sejam percebidas como elementos dano- sos ao meio ambiente. Porém, deve- se ter clareza de que a versão que se conta da realidade nem sempre condiz com os fatos. É verdade que o impacto que as sociedades indus- triais causam no meio ambiente são assustadores, e que são bem-vindos todos os esforços que visem reverter esse cenário. Não à toa, nos últimos anos, o tema “proteção do meio am- biente” e suas relações com o debate sobre o descarte de resíduos sólidos têm ganho corpo, especialmente em países avançados. É verdade, também, que a indús- tria em geral – e a cadeia de em- balagem não é exceção – precisa discutir a forma com que interfere no ambiente, buscando soluções de curto, médio e longo prazos. Mas há que se tratar as coisas com a devida seriedade, evitando-se pau- tar a discussão pelo senso comum. A União Européia, por exemplo, dentro de seu objetivo de harmo- nizar as legislações existentes nos diferentes países que a compõem, promulgou, via Parlamento Europeu, uma abrangente e detalhada Dire- tiva que trata especificamente do assunto “embalagem e descarte de embalagem”, a 94/62/EC on Packa- ging and Packaging Waste, que estabelece rigorosos níveis de recu- peração e reciclagem de resíduos sólidos em cada país membro, e que torna toda a cadeia produtiva co-responsável pelo atingimento dessas metas. Se, por um lado, essa Diretiva exige da cadeia de embalagens uma movi- mentação em direção à redução, à reutilização e à reciclagem de em- balagens, a regulamentação prevê, por outro lado, um amplo debate com a sociedade civil na busca de soluções para a questão dos resíduos sólidos. Nesses debates, a informação é vista como funda- mental para despertar e reforçar no consumidor comportamentos que auxiliem os países comunitários a atingir os níveis elevados de recu- peração e reciclagem de resíduos sólidos. A idéia é de que é preciso PARA GRANDE PARTE DOS CONSUMI- DORES, AS EMBALAGENS SÃO VISTAS COMOUMDOS MAIORES PROBLEMAS DO MUNDO MODERNO, SENDO RO- TULADAS, ÀSVEZES, COMO GRANDES VILÃS AMBIENTAIS. HÁ UMA MOVIMENTAÇÃO EM DIREÇÃO À REDUÇÃO, À REU- TILIZAÇÃO E À RECICLAGEMDE EMBALAGENS, E UM DEBATE COM A SOCIEDADE CIVIL NA BUSCA DE SOLUÇÕES PARA A QUESTÃO DOS RESÍDUOS.

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