Revista da ESPM - MAI-JUN_2007
Marcos Palhares 83 MAIO / JUNHO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M solução que se propõe é ambiental- mente melhor do que a situação que se quer banir. O “barulho” gerado pelo anúncio dessas aberrações, criadas por nossos legisladores, é, muitas vezes, a única informação sobre embalagens que chega aos consumidores. Além disso, a baixís- sima abrangência dos programas de coleta seletiva inviabiliza eco- nomicamente a recuperação de muitos materiais que poderiam ser reciclados, e relega a condições de trabalho muitas vezes sub-humanas a grande parcela da população que depende da reciclagem para sobre- viver, fato que desagrada qualquer pessoa que tenha um mínimo de sensibilidade social. O que está diante dos olhos de todos, portanto, é a embalagem que é lixo. O que poucos vêem, contudo, é o lixo que as embalagens ajudam a evitar. Essa imagem negativa associada às embalagens pode ter conseqüências desastrosas para a indústria de bens de consumo, principalmente os não duráveis, bem como para outras indústrias na cadeia de embalagem, que estão atreladas a essa questão em maior ou menor escala. Não se deve esquecer que garrafas, frascos, latas, caixinhas, saquinhos e outros tipos de embalagens normalmente carre- gam marcas, e são as marcas, mais ainda que as embalagens, que são expostas no lixo. Pressionadas pelo potencial negativo que essa ligação entre marca e geração de resíduos e a conseqüente degradação da quali- dade de vida das pessoas pode ter para a sua imagem, fabricantes de bens de consumo sentem-se, cada vez mais, pressionados a repensar suas embalagens, com o objetivo de diminuir o volume de lixo criado por Obra: Silvio Galvão ALÉM DISSO, A BAIXÍSSIMA ABRAN- GÊNCIA DOS PROGRAMAS DE CO- LETA SELETIVA INVIABILIZA ECO- NOMICAMENTE A RECUPERAÇÃO DE MUITOS MATERIAIS QUE PODERIAM SER RECICLADOS, E RELEGA A CON- DIÇÕES DETRABALHOMUITASVEZES SUB-HUMANAS A GRANDE PARCELA DA POPULAÇÃO QUE DEPENDE DA RECICLAGEM PARA SOBREVIVER.
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