Revista da ESPM - MAI-JUN_2007
J. Roberto Whitaker Penteado 9 MAIO / JUNHO DE 2007 – R E V I S T A D A E S P M Não deixa de ser surpreendente o volume e a freqüência com que ocorrem menções a embalagens de todos os tipos no imaginário da humanidade, registrado em lendas, símbolos e fantasia através de tem- pos e lugares. A palavra que utili- zamos vem do francês emballage e está relacionado com balle ou bale , todos de “bola”, a forma primitiva de enrolar ou enfardar algum objeto ou mercadoria. Para a nossa pesquisa – ou viagem – partimos de 4 padrões básicos: a caixa, o saco (sendo as bolsas – e malas – suas variações), o pacote ou embrulho e as garrafas, em seus múltiplos formatos. DEPOIS DO JOGO, O REI E O PEÃO VÃO PARA A MESMA CAIXA. Provérbio italiano Possivelmente a caixa mais famosa da história seja a de Pandora, da rica mitologia grega. A lenda se apre- senta com algumas variações, mas tem um roteiro básico, registrado por Hesiodo 1 : o titã Prometeu rou- bou o fogo do Olimpo, para dá-lo aos homens – como traço distintivo dos demais seres da criação – e foi punido por Zeus, sendo acorren- tado a um rochedo. Eventualmente libertado por Hércules, o castigo de Prometeu prosseguiu, com a criação da primeira mulher: Pandora – num trabalho conjunto de Efesto, que lhe deu a forma; Atena, a roupagem; as Caritas, os adornos; Afrodite, a beleza; Apolo, o talento artístico; Demétrio, a jardinagem; Posseidon, A CAIXA, O SACO (SENDOAS BOLSAS – E MALAS – SUAS VARIAÇÕES), O PACOTE OU EMBRULHO E AS GARRAFAS, EM SEUS MÚLTIPLOS FORMATOS. PARA A NOSSA PESQUISA – OU VIAGEM – PARTIMOS DE 4 PADRÕES BÁSICOS: O TITÃ PROMETEU ROUBOU O FOGO DO OLIMPO, PARA DÁ-LOAOS HOMENS – COMO TRAÇO DISTINTIVO DOS DE- MAIS SERES DA CRIAÇÃO – E FOI PUNIDO POR ZEUS, SENDOACORRENTADOA UM ROCHEDO. EVENTUALMENTE LIBERTADO POR HÉRCULES, O CASTIGO DE PROMETEU PROSSEGUIU, COM A CRI- AÇÃO DA PRIMEIRA MULHER: PANDORA – NUMTRABALHO CONJUNTO DE EFESTO, QUE LHE DEU A FORMA; ATENA, A ROUPAGEM; AS CARITAS, OS ADORNOS; AFRODITE, A BELEZA; APOLO, O TALENTO ARTÍSTICO; DEMÉTRIO, A JAR- DINAGEM; POSSEIDON, A CA- PACIDADE DE NÃO SE AFOG- AR; HERA, A CURIOSIDADE; HERMES, O CHARME E A BE- LEZA – AO QUE ZEUS ACRES- CENTOU A INQUIETUDE. NÃO SE SABE SE FOI HERMES OU ZEUS QUE LHE DERAM, COMO DOTE, UMA CAIXA MIRACULOSA QUE NÃO DE- VERIA JAMAIS SER ABERTA. QUASE TODOS CONHECEM O FINAL DA HISTÓRIA: A CURIOSIDADE DE PANDORA LEVOU A MELHOR E ELA, UM DIA, ABRIUA CAIXA, DE ONDE SAÍRAM TODOS OS MALES DA HUMANIDADE, EXCETO UM, QUE FICOU, QUANDO PANDORA, ATERRORIZADA, FECHOU DE NOVO A CAIXA. ESTE MAL – OU BEM (HESÍO- DO NÃO SE DECIDE) – É A ESPER NÇA.
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