Revista da ESPM - MAI-JUN_2007
94 R E V I S T A D A E S P M – MAIO / JUNHO DE 2007 GILBERTO STRUNK DIA DESIGN Rio de Janeiro – RJ A CAFONA CULT E A TRADICIONAL SOFISTICADA Nós nos relacionamos com as mar- cas de várias formas ao longo da vida e a embalagem tem um papel fundamental. Por isso a dificuldade em escolher, entre tantas, a em- balagem da minha vida. Ainda as- sim, cito duas como referências. A primeira é a do Biscoito Globo. O produto, uma rosca de polvilho, doce ou salgada, é vendido nas praias e ruas do Rio de Janeiro. A embalagem é de papel translúcido, com rótulo em duas cores. O produ- to é uma delícia, o preço é acessível, tem a conveniência de ser achado mais fácil de pegar, de reconhecer nas prateleiras, a embalagem passou a se comunicar não somente pelo rótulo, mas também pela própria forma da lata que demonstra toda a sua personalidade. em todo lugar no Rio. Por outro lado, a tipologia, o processo de impressão, o personagem são horríveis, cafonas. Mas de tão ruim, virou cult , a ponto de outras pessoas fabricarem até camisetas com a mesma imagem da embalagem. Virou moda. A minha outra opção é o contrário, a embalagem do leite Moça, da Nestlé. Marca de uma multinacio- nal, a embalagem foi se adequando ao longo dos anos, se moderni- zando, a figura da moça ganhou um modelo mais estilizado... E a última modernização é incrível: a lata em vez de ser cilíndrica é moldada. Uma embalagem que mantém seu sucesso por manter a ligação com a sua origem, mas ao mesmo tempo por ter se modernizado. Tornou-se
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