MAI-JUN-2011
R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 102 Portanto, a sociedade do conhecimento acelerou todos os ritmos e quebrou muitos paradigmas. Contemporaneamente, uma das capacidades mais importantes tanto para as organizações quanto para os indivíduos é a de aprender a aprender, acirrando a importância dos trabalha- doresdoconhecimento, denominação jáutilizada por Peter Drucker em 1966. Por outro lado, houveumaelevaçãonopadrãodas exigências tanto em termos de conhecimentos, de competências, de comunicação, de velocidade de resposta, quanto de uma série de caracterís- ticas. Pretende-se examinar essas exigências, demonstrando que outro tipo de capital passa a ganhar relevância na empregabilidade: o capital psicológico que compreende desde motivações específicas quanto competências – habilidades e atitudes. Vejamos por quê. Este novo cenário influencia a vantagem com- petitiva de pessoas, organizações e países. Tanto é que, em 2005, a União Europeia (UE), preocupando-semuito comsuapossível perdade competitividade, reuniu numdocumento a reco- mendaçãodoParlamentoEuropeuedoConselho, as “ Competências-chave para a aprendizagemao lon- go da vida ”, que envolve oito competências-chave: 1. comunicação na língua materna; 2. comunicação em línguas estrangeiras; 3. competência matemática e competên- cias básicas em ciências e tecnologia; 4. competência digital; 5. aprender a aprender; 6. competências interpessoais, intercultu- rais e sociais e competência cívica; 7. espírito empresarial; 8. expressão cultural. Essas competências sãoconsideradasbásicaspara a empregabilidade, para a inclusão e a possibi- lidade de exercício de plena cidadania na atual sociedadedo conhecimento. Assim, deveriamser desenvolvidaspelo sistemaeducacional atéofinal do segundo grau. Especificamente com respeito à empregabilidade, entende-se que engloba os conhecimentos, habilidades, atitudes, ou seja, as competências que permitiriam que a pessoa se inserisse no mercado de trabalho, independen- temente do tipo de vínculo, empregado ou pres- tador de serviço, autônomo, formal ou informal. É interessante que se destaquementre essas com- petênciasasdepoder comunicar-sede formamais amplaeclarapossível emmaisdeumidioma, bem como ter as competências digitais que, ao menos parcialmente, ampliariam essa capacidade de comunicação e de articulação em redes. Alémdessas, pode-seatentarqueas competências interpessoais, interculturais e sociais certamente se voltam para a necessidade dos indivíduos de lidaremcomumasociedademuitomais complexa, plural ecompreponderânciadeserviços.Osmeios de comunicação também favorecem essa inten- sificação das relações – em número, frequência e abrangência. Consequentemente têm-se mais contatos,mais intermediações, emais seexigemas habilidades interpessoais de comunicação, cons- O Parlamento Europeu é a expressão democrá- tica de 374 milhões de cidadãos europeus. O Parlamento é eleito por um período de 5 anos por sufrágio universal di- reto pelos cidadãos dos estados-membros. Daniel Goleman, psicólogo ameri- cano e escritor de renome interna- cional, desenvolveu o argumento dequeashabilidadesnãocognitivas podem importar tanto quanto o QI para o sucesso do trabalho e para a eficácia da liderança. Arquivo
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx