MAI-JUN-2011
o odando pela cidade no infernal trânsito de São Paulo às sete horas da noite, comecei a pensar: por que tantos carros? De onde vem essa vontade co- letiva de ter um carro? E o que nos faz aceitar como normal percorrer uma distância de dez quilômetros em sessenta minutos? E já que não temos a possibilidade de mudar a cidade, por que nós não nos mudamos? Haverá sem dúvida milhares de respostas objetivas: as oportunidades que eu tenho aqui, o futuro que a cidade nos oferece, a vida social e cultural de SAMPA, fatos e razões que não negamos, mas que, acredito, não explicam totalmente as nossas escolhas. Empregabilidade: um olhar Empregabi l idade s intet i za as qua l ida- des necessár ias para se obterem bons empregos, uma aspiração colet iva pela qual pagamos al tos preços. Ao colocar na equação a ex igência por fel icidade e sat i sfação pessoa l , é poss ível en- cont rar novas perspect ivas . Essa introdução é para mencionar que mui- tas coisas aparentemente inexplicáveis são praticadas por muita gente. É como se todos desejassem as mesmas coisas, muitas vezes irracionais, sem se perguntar por quê. São desejos, por assim dizer, coletivos. Dentre eles está o desejo de viver em São Paulo, morar na zona sul do Rio de Janeiro, ou num determi- nado bairro em qualquer outra cidade, pos- suir determinados bens, poder proporcionar educação de qualidade para os filhos numa escola particular e muitos outros desejos que sonhamos juntos, sonhos compartilhados e que não são somente nossos, mas de grandes segmentos da população. Moda? Influência da R P or C élia M aria M arcondes F erraz S ilva maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 135
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx