MAI-JUN-2011
Nessa etapa do capitalismo, o foco da gestão de pessoas se volta dos mecanismos de controle fundamen- tais no passado, para os processos de desenvolvimento dos profissionais, pois a crença é de que se as pessoas se desenvolverem, a organização poderá também se desenvolver. Nos anos 2000, prevalece o conceito de competência como a síntese de toda a qualificação desejada dos profis- sionais. Isso porque a organização detém a propriedade não só de um conjunto de bens de produção e pa- tentes, mas também de conhecimentos sobre processos produtivos, fórmulas, métodos de gestão dos recursos internos, maneiras de abordar o mercado e de se relacionar com os clientes. Uma boa parte desses conheci- mentos e dessas informações é do domínio dos trabalhadores. Dessa forma, pode-se dizer que a competência organizacional está intrinsecamente ligada à competência dos profissionais, que representa a parcela intelectual do capital das empresas. Daí a justificativa para um grande investimento na formação das pessoas. No conceito de competência estão incluídos conhecimentos, habilidades para desempe- nhar uma determinada atividade e atitudes compatíveis com as necessidades de cada organização, em particular. Empresas e profissionais fizeram investimentos para ampliar competências. O crescimento dos cursos de pós-graduação foi significativo no mundo todo. E, no Brasil, não poderia ter sido diferente. Além das razões que im- pulsionaram a busca por conhecimentos e especialização no mundo, aqui convivemos com sérios problemas de qualidade em al- guns cursos de ensino superior. Observamos que a busca pelo profissional competente está incorporada no dia a dia das empresas. Não são poucos os profissionais que cursam mais de um MBA ou curso de pós-graduação. Há, também, muitos jovens que frequentam simultaneamente duas faculdades. Interesse pelo saber e pelo co- nhecimento? Certamente para alguns, mas a maioria busca ser mais competente; ter maior empregabilidade. Certamente, as escolhas são individuais e devem ser respeitadas. Mas, como estão fortemente influenciadas pelas demandas configuradas no perfil dos bons profissionais que, por sua vez, seguem a lógica dos desejos O aumento da veloci- dade nas decisões da empresa, bem como a rapidez na solução dos problemas, se devem à reduçãodosníveishierár- quicos,àterceirizaçãode diversas atividades não consideradas essenciais tais como limpeza, se- gurança, transporte de valores, entregas etc. A aspiração pelo empre- go coincide com a maior complexidade das em- presas, e como conse- quência desse processo, o mundo viu uma econo- miaemcrescimento,uma sofisticação dos hábitos deconsumoeumamaior oferta de produtos, o que gerouumgrandenúmero de empregos. R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 138
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