MAI-JUN-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 143 Nesse ponto, convém ressaltar mais uma incompatibilidade desenvolvida a partir da dicotomia entre exigências profissionais cada vez maiores, gerando horas de sono mal dor- midas, e a necessidade em demonstrar dispo- sição e excelente qualidade de vida. Esse caldo formado pelo perfil atualmente exigido pelas empresas e a realidade psicológica de alguns profissionais tem como consequência direta desequilíbrio e descontroles emocionais, nem sempre tratados, seja pela falta de tempo dos profissionais, seja pelo preconceito que temas como depressão, angústia, ansiedade ainda apresentam no mundo corporativo. 8 Falta de autoconhecimento e autopercepção Saber quem se é, quais as características essen- ciais, forças e fraquezas ajuda o profissional a ter consciência mais profunda da sua missão de vida e a relação estabelecida como trabalho. O fato de existir clareza da conexão entre o que se faz e o motivo pelo qual se existe, objetiva as ações e decisões de umexecutivo, assim como o ajuda a direcionar seus esforços de uma forma sustentável e não egoísta. Outro grande bene- fício de se desenvolver o autoconhecimento e a autopercepção é a coragem de olhar com honestidade para aspectos fisiológicos, emo- cionais, mentais e espirituais, acolhendo-os e potencializando-os em direção aos talentos que se deseja desenvolver. Tarefa árdua, mas eficaz quando se tem pelo menos uma boa noção de quem se é e onde se pode chegar. O autoconhecimento e a auto-observação cons- troem a postura de aprendiz, a atitude curiosa do querer saber mais, do querer expandir para o novo, compreendendo que tudo muda a todo o momento e são os valores essenciais que sustentam essa eterna busca. Neste momento talvez já tenha ficado claro que o conceito de empregabilidade aqui tratado não é de algo que se consiga simplesmente fazendo cursos que recheiem o currículo, mas, antes de tudo, é fruto de um alinhamento interno que direciona os talentos individuais à concretização de resultados, ao que cada pessoa se sente capa- citada a desenvolver. Entendo, então, que em- pregabilidade é o despertar, de dentro para fora, de talentos que fazema diferença na sustentação da equipe e do negócio. Assim, é composta por uma profunda visão estratégica, capacidade de comunicação e expressão em um sentido de construção de relações e de desenvolvimento profissional, equilíbrio e controle emocional, autoconhecimento e postura de aprendiz. O papel das escolas na construção da empregabilidade: uma opinião Foi comentado, no início deste artigo, o papel das escolas, no sentido de formar profissionais que sejamempregáveis. Se existe carência deles no mercado, talvez seja porque as escolas não estejam cumprindo muito bem seu papel. Por que isso aconteceria? Acredito que, emprimeiro lugar, porque nemsempre os programas são de- senhados levando em consideração os aspectos acimamencionados. Muito pelo contrário, ainda Professores e escolas precisam estar mais próximos das reais necessidades dos profissionais e das em­ presas. Reconhecendo os resultados positivos da formação dada até agora, avaliando criteriosamente os gaps estabelecidos e, munidas de coragem, as ins­ tituições de ensino devemrealizar uma transformação pedagógica, visando a empregabilidade e ajudando pessoaseempresasaalinharem-seemdireçãoauma sociedade sustentável. Leedsn

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