MAI-JUN-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 151 BARABÁSI , Albert-Lászó. 2010. B ursts: the hidden pat- tern behind everything we do . Dutton, New York. SENNET , Richard. 2004. A Corrosão do caráter: o trabalho no novo capitalismo . Record, São Paulo. TURKLE , Sherry. 2011. Alone together. Why we expect more from technology and less from each other . Basic Books, New York. WATTS , Duncan and Dodds, Peter. 2007. Influentials, networks, and public opinion formation . Journal of Consumer Research (34): 441-458. BIBLIOGRAFIA NOTAS 1. As redes digitais também afetaram a maneira pela qual se formam e se tornam perenes – ou não − os chamados formadores de opinião. Alguns autores chegam mesmo a sugerir a substituição dessa noção pela de “correntes de opinião”, de caráter muito mais massivo e instantâneo que os tradicionais mecanismos de expressão. Outros, que a noção de formador de opinião era na verdade uma construção intelectual adequada para um mundo baseado na comunicação Broadcast, mas que não tinha muita va- lidade fora dele. Ver, por exemplo, Watts e Dodds (2007) e Barabasi (2010). 2. Este não é o espaço para discutir se o hiperconsumo e o trabalho moderno são saudáveis ou não para o indivíduo. Particularmente, acho que não, mas deixo esta discussão para gente mais abalizada. Meu ponto é apenas que estas duas dimensões da existência, pilares importantes para a produção de sentido do “eu”, se tornaram muito mais va- riadas e instáveis, e são fonte de um enorme investimento libidinal por parte da maioria dos integrantes das sociedades ocidentais (Sennet, 2004). 3. Falo agora como gestor quase cinquentão de uma equipe que conta com 5 integrantes da “geração Y”, e professor de cursos de graduação e pós-graduação que ocasionalmente observa grupos de discussão com estes jovens. 4. Vou me abster de comentar os exemplos de políticos e professores, por falta de espaço... 5. Exabyte tem 1024 Petabytes. Um Petabyte equivale a 500 milhões de páginas impressas. ES PM seus funcionários são o ativo mais importante, mas é “monitorada” por umblog com links para os inúmeros processos que sofre na justiça 4 . O papel social de uma empresa não é mais seu discurso, mas as impressões que podemos encontrar sobre a prática deste discurso nas redes formadas por nossos amigos, conhecidos ou pessoas que estão a eles conectadas. Amaior parte de nossas instituições foi monta- da e adaptada para operar em um mundo que funcionava em velocidade diferente do atual, e que vai se acelerar ainda mais. Segundo um estudo do IDC, somente em 2011 a humani- dade vai criar 1.750 exabites de informação 5 . Uma parte dessa informação é resultante de interações entre pessoas e empresas e consu- midores, e não vamos conseguir dar conta das ameaças e oportunidades que elas trazempara nossas organizações sem novas maneiras de capturar, analisar e agir sobre essas interações. Uma marca é informação, uma empresa é um conjunto de códigos (escritos e não escritos), sobre como processar eficientemente infor- mação para capturar valor. Os mais jovens se movimentam facilmente nesse mundo, os mais velhos sabem contextualizá-lo. Não é tempo de superarmos esta falsa dicotomia e tentarmos nos entender uns aos outros? A Era da Informação mu­ dou o paradigma de diversas instituiçõesque não foram montadas e adaptadas para operar em um mundo que vai se acelerar ainda mais. Segundo um estudo do IDC, somente em 2011 a humanidade vai criar 1.750 exabites de informação. MARCELO COUTINHO Sociólogo, ocupa o cargo de diretor de Inteligên- cia de Mercado para América Latina do Terra Networks e de Professor na Fundação Getulio Vargas. É palestrante regular em eventos da As- sociação Brasileira das Empresas de Pesquisa e foi diretor executivo do IBOPE Inteligência, dire- tor de serviços de análise do IBOPE/NetRatings, diretor de pesquisa do ZoomMedia Group (EUA) e pesquisador visitante na Universidade Harvard.

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