MAI-JUN-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 19 } A coisa mais fantást ica que alguém deve ter na vida é fazer com paixão algo que ama. Se não tenho um propósi to individual, creio que o { fazer com paixão | passa a ser apenas uma frase solta. ~ } A intenção estratégica da Uni lever – está es­ cr i ta e publ icada – é cr iar uma cul tura de al to desempenho, em que o crescimento pessoal e individual supere o crescimento do negócio. ~ adicional, as pessoas fazem cursinhos, mas não são absolutamente fluentes em inglês. Se a pessoa estiver disposta a aprender a falar inglês, o suficiente para defender suas ideias, é bem-vinda. Porque colocar tantos pré-requisitos na hora da seleção estava deixando as pessoas absolutamente clona- das dentro da organização. Isso me tirava a possibilidade de trazer pessoas diferentes, às vezes provenientes de classe média baixa da nossa sociedade. Estive disposto a apos- tar no meu Programa de Trainees, que é o mais concorrido do Brasil. No Programa de Trainees da Unilever, o inglês não é uma condição excludente para o ingresso de um trainee . Ele pode entrar, mas terá de aprender o idioma para conseguir sobreviver na orga- nização. Faço isso porque considero ser mais fácil ensinar inglês para ele, do que ensinar tudo que vocês ensinam aqui na ESPM. Te- nho o exemplo de uma pessoa brilhante, que entrou na companhia fazendo um truque no Programa de Trainees. Disse que era forma- do em inglês e quando descobri que ele não tinha respondido à prova, que outra pessoa havia respondido, falei que ele iria sair da companhia não pelo fato de não falar inglês, mas porque não aceitamos mentiras. Quero dizer que provavelmente o filtro do inglês o estava deixando fora do grupo final. Resu- mindo: é muito importante que as pessoas falem inglês, o que não quer dizer que seja um filtro de entrada para a Unilever. FRANCISCO – Em seus programas de trainees , vocês procuram escolas com um perfil específico? MARCELO – Raramente procuramos uni- versidades ou perfis universitários. Temos pessoas da ESPM porque são bons, mas não quer dizer que procuramos apenas os alunos da FGV, Insper, ESPM etc. Só analisamos de onde eles vêm depois que as decisões são tomadas para ter estatísticas, entender como funciona... ALEXANDRE – Não há umfiltro de entrada. MARCELO – Não. Brinco que vendemos so- pas e sabonetes. É a capacidade de aprendi- zado das pessoas e suas atitudes que fazem, de verdade, a diferença. Ética, por exemplo, é um valor que não podemos deixar nunca de registrar em todos os programas de estudo que existem, porque sabemos que nossas sociedades no mundo todo dão boas escor- regadas nesse assunto. Preferimos perder M a r c e l o W i l l i a m s

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