MAI-JUN-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 21 } No Programa de Trainees da Unilever, o inglês não é uma condição excludente para o ingresso de um trainee . Ele pode entrar, mas terá de aprender o idioma para conseguir sobreviver na organização. ~ carreiras globais que são muito procuradas pelos indianos. Já os chineses saem e querem voltar. Não sou sociólogo, mas acho que isso tem uma relação direta com a sociologia... Mas, se as empresas não têm um amplo le- que para desenvolver os melhores talentos do mesmo jeito, podem perdê-los. FRANCISCO – Claro, é o estágio de um país num determinado momento. ALEXANDRE – Você tem recebido mais pedidos de executivos que querem vir para o Brasil? MARCELO – Muito mais, sobretudo de jovens brasileiros, entre 25 e 35 anos, que neste momento estão na Europa ou nos Es- tados Unidos começando a pensar em retor- nar. Felizmente, pensam na Unilever como uma das alternativas. No período de 2000 a 2004, não lembro de ter recebido muitos currículos. Agora, nos últimos quatro anos, esses jovens executivos estão vendo o Brasil como um lugar de muitas possibilidades. FRANCISCO – O Brasil está na moda. MARCELO – É a bola da vez. FRANCISCO – O que uma escola como a nossa poderia fazer para entregar ao mercado jovens formandos ainda mais bem preparados para atender às expectativas das empresas? MARCELO – Vocês já estão seguindo um bom caminho ao posicionar a ESPM bem próxima ao mundo das empresas para dis- cutir assuntos em comum. Em alguns países e culturas – no meu país, Argentina −, isso acontece bastante. Ambos precisam ser complementares, porque a escola tem uma capacidade de analisar, pesquisar, investi- gar e estruturar melhor do que a empresa. Já as empresas estão muito mais perto das mudanças rápidas do mundo real. O segun- do ponto é a ética e a sustentabilidade das carreiras e das empresas. Por último, algo que talvez devesse ser mais explorado é o que se pode fazer para trabalhar o processo de liderança desde o início da faculdade. A ideia é que esse jovem tenha mais facilidade de navegar na arte de influenciar grupos, dirigir e motivar times e estimular equipes a uma cultura de alto desempenho. As universidades estão mais focadas em dis- ciplinas, mas esse aporte daria aos garotos maior empregabilidade. FRANCISCO – E os formandos, propria- mente ditos? MARCELO – Tenho filhos da geração Y, com 17 e 21 anos. Muito se fala sobre a ansiedade deles, a imediatez em conseguir resultados. Eles não inventam essas coisas, são produtos do momento contemporâneo em que vivem, de um jeito diferente de aprender, da inter- net − que eu não tinha aos 17 anos − que deu à geração Y esse senso de imediatez, que tudo deve acontecer já, que o mundo vai acabar. E não adianta nos preocuparmos com isso; o mesmo deve ter acontecido com a chegada da geração Baby boomer . Podemos ficar discutindo por 500 anos ou adaptar nossos programas de learning ao estilo deles, M a r c e l o W i l l i a m s

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