MAI-JUN-2011
R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 38 E N T R E V I S T A } Atualmente, a competição está em qualquer lugar, não só dentro do país, assim como a escassez de bons talentos também está no mundo inteiro. ~ FRANCISCO – Sofia,oqueéaCiadeTalentos? SOFIA – A Cia de Talentos nasceu do sonho de fazer com que os jovens pudessem sair das escolas mais informados do que eu saí sobre o mercado de trabalho. Com menos de três anos de formada percebi que muitos jovens desconheciam suas possibilidades de carreira. Com isso, comecei a desenvolver um trabalho voluntário nas escolas para falar sobre esse processo. Fazia palestras aos sábados. Até que em 1990 recebi um convite do então diretor de recursos humanos das Indústrias Gessy Lever (atual Unilever), para terceirizar o Programa de Trainees da Unilever que existia desde 1964. Segundo ele, não havia consultoria no Brasil que fizesse esse tipo de seleção e como eu era ainda muito jovem, poderia entender melhor a cabeça dos jovens, já que estava com eles nas escolas e era uma especialista em seleção. “Vamos ver no que dá”, disse o diretor. E há 21 anos estou “vendonoque dá” comaUnilever. Antigamente, só podiamparticipar de processos seletivos para Programas de Trainees jovens de cinco escolas brasileiras. O paradigma da época era “se você faz uma escola de primeiríssima linha, é inteli- gente. Se é inteligente, você é umbomprofissio- nal”. Como eu não acreditava totalmente nesse discurso, fui buscar informações no mercado e descobri que três grandes programas −Unilever, Rhodia e Citibank − faziam essa seleção quase que do mesmo jeito. A partir daí foi uma busca constante por inovação dos processos para a seleção de jovens sem experiência profissional para serem avaliados. E potencial não se mede apenas pelo seu conhecimento técnico, é um composto de informações. Realizamos uma busca incessante pela melhor forma de desen- volver esse trabalho de seleção, que deve ser justo e contemplar o maior número possível de jovens. Uma das premissas fundamentais daCia de Talentos é o respeito ao jovem, que é peça sine qua non no processo emerece consideração, por estar nummomento da vida pelo qual todos já passamos um dia. O jovem percebe a forma como o atendemos e acaba sendo nosso grande garoto propaganda. Nosso sucesso está relacio- nado à questão de não massificar o mercado, criar processos customizados para as empresas, buscar sempre entender quem é esse jovem que renova suas características o tempo todo e usar asmelhores ferramentas no processo seletivo. Se eu posso dizer que temos sucesso, é isto: uma paixão enorme pelo que fazemos! LUIZ FERNANDO – Quando você define esses jovens, fala mais no estagiário, no recém-formado para ingresso imediato ou no Programa de Trainee? SOFIA – Estamos falando do universitário, do estagiário que pode ser tanto do nível técnico quanto do nível superior, até o recém-formado e os pós-graduados. Pegamos toda a cadeia com potencial de desenvolvimento e não apenas uma experiência profissional. Já paramedirmos uma experiência profissional temos outra divisão de negócios da DM Recursos Humanos, uma das nossas empresas. Hoje temos portas, que chamamos de Jovens Profissionais. Não é bem o Programa de Trainee, é algomais técnico para desenvolver uma carreiramais para especialista, e não tão generalista como o trainee. Fazemos Programa de Trainees para Itaú, Unilever e Nestlé, enquanto o Programa de Estágios de- senvolvemos para Microsoft, Google... FRANCISCO – Quais as empresas mais concorridas na área de RH?
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