MAI-JUN-2011

R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 42 } Br inco sempre que preci samos cont inuar comendo feijão com arroz para crescer. Não saímos da barriga da mãe prontos, temos as etapas para cumprir. ~ mas ela precisava de um tempo para demiti-lo. Ela não podia simplesmente dizer para os trai­ nees ficarem tranquilos, que ele seria demitido e embreve tudomudaria. Nesse gap de tempodela emdar uma resposta satisfatória, os dez trainees decidiram que iam sair porque o problema de um é o problema de todos, já que, “se está acon- tecendo com ele, amanhã vai acontecer comigo também”. Vejo isso nos próprios processos sele- tivos, que os jovens divulgampara seus colegas, que não deixamde ser seus concorrentes à vaga, para que eles também participem. O que todos eles têm em comum é uma busca incessante em achar o seu lugar ao sol. LUIZ FERNANDO – Aumentou também o movimento voluntário, os jovens se enga- jam muito mais nesse tipo de ação. SOFIA – Os próprios movimentos de escolas de empresas juniores, nas ações sociais feitas pelas escolas, sinto-os muito mais voltados às causas sociais do que no passado. FRANCISCO – Em relação às habilidades gerenciais, há duas emparticular que gos- taria de questionar. Uma é a capacidade de comunicar-se. Sabemos que não se trata de dizer que eles se comunicam pior ou melhor do que antes. Eles se comunicam de uma maneira diferente. Como isso re- percute nomundo empresarial? Segundo, a capacidade de pensar de forma estrutu- rada ou um processo lógico de tomada de decisões, como eles estão hoje em relação ao padrão de antigamente? SOFIA – Hoje existe um grande gap dentro das organizações por conta do conflito de gerações, que não se entendem. Percebemos que o jovem não entende seu chefe, quemuitas vezes também não entende seu subordinado, que é tão jovem quanto ele. Existe aí o problema da comunica- ção − e não é uma questão apenas da geração Y. Sempre digo que ao invés de falarmos de confli- tos de gerações, desse bloqueio que acontece no entendimento do outro, deveríamos falar sobre o encontro das gerações, o quanto é bonito um aprender com o outro, o mais velho ter a humil- dade de entender que este jovem também está ensinando para ele qual é omundo de hoje – um mundo onde tudo é em real time , não tem mais memorando interno e se trabalha 24 por sete no lugar das oito horas por dia. FRANCISCO – Em apresentações power point. Hoje emdia amaioria das empresas não quermais relatóriosmassudos, pedem ao gerente de marketing que apresente os problemas dele em uma hora, numpower point. Eles são bons nesse novo ofício. SOFIA – Eles começam a aprender isso nas escolas, que fazem muitos processos de apre- sentações, mas hoje a falta de tempo é tão grave que a superficialidade comque se tem tratado os assuntos é muito grande. Isso leva ao segundo ponto que o senhor levantou: a capacidade de análise e lógica estruturada. Este ano fizemos um levantamento estatístico no escritório com mais de 900mil jovens participando emprocesso seletivo para quatro mil posições, mas infeliz- mente para algumas posições não conseguimos achar o profissional jovem adequado para o cargo. Aí fomos entender o que faltava à maior parte dos processos em que não conseguimos fechar as posições: capacidade de análise, de E N T R E V I S T A

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