MAI-JUN-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 43 } O jovem de hoje, na sua imaturidade, não tem resis- tência à frustração e, num primeiro momento, pede demissão e vai embora porque não sabe lidar com os “nãos” no mercado de trabalho. ~ } Entre ir à empresa que me chamou para um projeto e ir à reunião que a escola marcou, eu vou à reunião da escola e comunico isso ao meu cliente. ~ construir um raciocínio lógico. Por exemplo, aplicamos um teste de lógica – e não é lógica matemática; é lógica abstrata com todos os seus princípios. Emmédia, obrasileiro temtirado seis, enquanto o argentino tira oito nomesmo teste e o mexicano tira quatro. Só na cidade de Buenos Aires se vende mais livros do que em todo o Brasil. Quando entramos no processo seletivo na Argentina, para as mesmas empresas clientes, o argentino entra numa profundidade analítica e numa discussão que aprofunda as análises, coisa que o brasileiro não faz, ele fica mais raso. LUIZ FERNANDO – Na publicidade se diz que “o publicitário brasileiromonta vídeo clipe enquanto o publicitário argentino conta história”. SOFIA – Interessante. Em contrapartida, não podemos deixar de citar que o argentino, pela sua cultura, émais rígido emuitomais engessa- do do que o brasileiro, que tem jogo de cintura, é comunicativo e tem grande capacidade de negociação e criatividade. Tanto que essas são as características mais valorizadas dos altos executivos que estão sendo expatriados. Muitas empresas vêm buscar aqui seus executivos, devido à capacidade de negociação e ao jogo de cintura dos brasileiros. FRANCISCO – E de enfrentar o imprevisto. SOFIA – Outro ponto no jovem de hoje que traz esse gap é a sustentação pessoal. Sus- tentar com firmeza um ponto de vista, a sua percepção sobre determinado tema é mais difícil porque ele se conhece pouco. Se não tem certeza das suas convicções, como terá força para sustentar um ponto de vista? Há cinco anos, nós os percebemos muito mais in- dividualistas porque chegavam num processo seletivo com a fantasia de que estávamos lá olhando a liderança e o brilhantismo indivi- dual. Muitos destratavam ou desvalorizam seus colegas na etapa de dinâmica de gru- po, nos trabalhos que faziam em pequenos grupos. Hoje não, um tenta ajudar o outro a construir. Percebemos esse movimento do grupo muito mais fluido e gostoso do que era no passado. Mas a capacidade analítica está muito rasa. As empresas, às vezes, questio- nam sobre o talento, o brilho no olho, aquela pessoa apaixonada por tudo aquilo em que vai colocar a mão, que se conhece, fala o que pensa, sabe respeitar o outro... Essa pessoa é mais difícil de encontrar. Há empresa hoje que diz: “Eu quero o talento onde quer que ele esteja”. Então temos feito Programas de S o f i a E s t e v e s

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