MAI-JUN-2011
R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 46 } Existe um grande gap dentro das organizações por conta do conf lito de gerações, que não se entendem. Percebemos que o jovem não entende seu chefe, que muitas vezes também não entende seu subordinado, que é tão jovem quanto ele. ~ tivemos as ondas de buscar empresas pon- tocom, depois o mercado financeiro. Hoje, o jovem diz que quer ser feliz, não importa se é pequena ou média empresa, nacional ou multinacional. Realizamos uma pesquisa chamada “A Empresa dos Sonhos dos Jovens no Início da Carreira”, que está completando dez anos. No primeiro ano desse estudo, apenas uma empresa entre as dez que o jovem escolhia para iniciar a carreira era nacional. Hoje, apenas dez anos depois, as brasileiras já representam sete delas, 70% – este ano, caiu mais uma multinacional e entrou uma nacio- nal. Isso mostra que o jovem hoje tem orgulho de ser brasileiro, de trabalhar em empresas nacionais, porque sente que pode construir algo. Todas têm uma característica comum: são multinacionais brasileiras e com gestão altamente profissionalizada, como Itaú, Vale, Natura, TV Globo e Petrobras – empresas que, de fato, são orgulhos nacionais. LUIZ FERNANDO – Nas agências de pro- paganda, apareceu a DM9 como a única que é sonho de início de carreira para a maior parte dos jovens, pois entendem que lá terão um espaço de projeção e uma competência de aprendizagem e trabalho bastante sofisticada. Foi a primeira vez que apareceu uma agência neste perfil. A Você S/A colou isso nessa última leitura das empresas em que eles pretendem começar a trabalhar, ou seja, o local do começo de carreira. SOFIA – O estudo da Você S/A é ainda mais profundo e bem bonito, porque a avaliação é feita pelos jovens que trabalham na DM9, que valorizam a DM9 a ponto de colocá-la no mesmo patamar das grandes corporações que têm Programas de Trainees. Tenho falado muito para agências de publicidade, que estão com um problema enorme de retenção. O que permeia o jovem criativo de hoje é a inovação, o poder sempre fazer diferente. Então, chega num determinado momento em que ele acha que já aprendeu tudo e vai para outra agência e mais outra. As agências de publicidade estão tentando descobrir, desesperadamente, como conseguir reter esse jovem. LUIZ FERNANDO – As agências estão criando áreas de RH, que era uma coisa que não existia. SOFIA – Isso começou há três anos. FRANCISCO – Na verdade, a culpa dessa mobilidade excessiva é da própria agên- cia que não cria condições para reter os bons talentos. O que é o talento para a empresa? Numa analogia, diria que talento é aquilo que o Neymar tem; ele, sozinho, ganha o jogo. O que é talento e criatividade, algo que a escola pode ao menos potencializar nos jovens? SOFIA – Isso passa pelo autoconhecimento. Hoje as pessoas mais valorizadas e ditas ta- lentosas no mercado são as que absolutamente sabem o que querem, estão sempre à frente, têm uma inquietude interna de estar sempre aprendendo, desenvolvendo, buscando novas formas de fazer, de entregar um resultado diferenciado e não por obrigação, mas por E N T R E V I S T A
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