MAI-JUN-2011

maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 47 } Hoje, percebemos que não adianta você ser inteligente, ter saído de uma belíssima escola, bem formado tecnicamente e reunir todas as competências que o mercado busca, se você não estiver casado com os valores da organização. ~ paixão. Aquela pessoa que de fato faz o melhor não está preocupada se a política da empresa é essa ou aquela, mas sim em se desenvolver. E não é pelo resultado de se mostrar bom, porque o desafio dele é com ele mesmo, de sempre se superar, sempre buscar fazer o melhor em tudo na vida, não só na profis- são. Por isso digo que acredito muito numa característica pessoal: me conheço, sei quais são os meus valores, aquilo que me dá prazer e me motivo para fazer o que está de acordo com isso. E essa pessoa faz isso no seu âmbito social, familiar e profissional. LUIZ FERNANDO – Na graduação da ESPM, percebemos isso em dois fenôme- nos. O primeiro é que são todos iguais, mas diferentes, quer dizer, existem recortes de homogeneidade, de classe social, formação e caminhos, mas eles efetivamente também são diferentes. Por exemplo, o nosso curso de comuni- cação atrai emmédia 30% de estudantes de fora da cidade de São Paulo, o que re- presenta uma grande riqueza cultural. São alunos que exploram mais a própria escola porque estão desbravando um espaço novo, eles entram com vontade de aprender tudo, de aproveitar tudo. Normalmente, perto da meia-noite, temos de mandá-los embora, porque passam o dia na escola participando de tudo e, muitas vezes, quem está num ritmo mais próximo não aproveita tanto assim. Então, eles são iguais, mas mui- to diferentes. Segundo ponto: eles se desenvolvem em ritmos diferentes nos quatro anos em que convivemos. Eles entram aqui com 17 anos e até aos 23 anos a mudança é muito radical. A esco- la é um espaço de transformação muito forte e rico. Saber explorar cada uma dessas tendências também é bastante difícil e complexo, quero dizer, se eles já não são iguais e se desenvolvem em ritmos diferentes, criar uma escola que consiga respeitar as individualidades e, ao mesmo tempo, promover o desen- volvimento da técnica para o talento, é um grande desafio. Provavelmente, esse deve ser também o mesmo desafio das empresas, onde esses jovens também não chegam iguais e com essa maturi- dade. Isso faz sentido? SOFIA – Total. No passado você criava um plano de benefícios igual para todos e todo mundo ficava feliz. Hoje, cada um tem uma necessidade diferente – um tem necessidade de um plano de assistência médica que aceite o companheiro e não a companheira, outro quer pegar o dinheiro do pagamento da escola do filho e fazer algo diferente. Essa individua- lidade, no sentido de conseguir agregar o que seja comum a todos e permear esse desenvol- vimento, é um grande e complexo desafio. O que para um é interessante – como ter uma carreira internacional −, para outro não, por ele não querer sair de perto da família. Daí a importância de cada um saber, de fato, o que é valor para si e buscar o melhor que a escola e a empresa podem oferecer. A escola tem de ter sua linha mestra e sua diretriz. Já o aluno deve olhar tudo isso e buscar o que é melhor para ele nesse sentido. É muito complexo. S o f i a E s t e v e s

RkJQdWJsaXNoZXIy NDQ1MTcx