MAI-JUN-2011

R E V I S T A D A E S P M – maio / junho de 2011 52 o Brasil avança para se tornar a 5 a economia mundial. A vitalidade das empresas impulsiona o país. Pela primeira vez crescemos simultaneamente no agronegócio, indústria e serviços, aprovei- tando de uma conjugação de fatores favoráveis internos e externos. Superamos os momentos mais graves da crise econômica mundial com menos sequelas que outros países e vivemos em 2010 o ano de maior crescimento nos últimos 24 anos. Estamos apenas iniciandoumnovo ciclode cres- cimento. As diversas previsões apontamanos de contínuos investimentosdegrandevulto.Há toda uma infraestrutura a ser recuperada e construída para comportar o novo patamar do país. Inúmeras empresas estão se instalando para aproveitar nosso grande mercado. A agricultura prometeexpandir suas safras, a indústriada cons- trução civil se acelera, os serviços se expandem entre tantas outras iniciativas que se voltampara os consumidores queganharampoder aquisitivo. Somados a isso, a exploração do pré-sal, a Copa do Mundo e as Olimpía- das vão multiplicar os investimentos. E mesmo antes que esses efeitos se manifestem com toda sua força, já es- tamos vivendo uma significativa falta de profissionais qualificados. Essa escassez depessoal vemse tornan- do crônica. Pela sua intensidade, passou de uma questão setorial para uma questão nacional, pegando de surpresa empresas e governo. O apagão de talentos O apagão de talentos é o nome atri- buído a esta relevante falta de pessoal qualificado, em todos os patamares do trabalho, dos níveis operacionais aos técnicos e gerenciais. Faz com que vagas fiquem em aberto por longo tempo, enquanto pessoas buscam emprego sem consegui-los. Um descompasso que eleva substancialmente o custo das empresas e frustra, ao mesmo tempo, centenas de milhares de pessoas que não conse- guem trabalhar. Como isso pode acontecer ao Brasil? O apagão teria sido apenas decorrente do rápido cresci- mento da economia? Certamentenão.Hámuitosmotivosparaexplicar esse fenômeno. Vamos destacar três deles relacio- nados à tecnologia, ao consumidor e à Educação. A evolução tecnológica tem seu papel destacado por ter adicionadoumadosede complexidade em umnúmero incalculável de situações de trabalho. Há alguns poucos anos, um motorista de caminhão bastava ter força e habilitação para ter um emprego. Hoje muitas frotas utilizam caminhõesmodernos que não precisammais da força física, mas de alguém que dirija com pre- cisão, qualidade e economia, sabendo operar os painéis computadorizados dos novos veículos, usar GPS e até se comunicar com os recursos de um telefone inteligente. A tecnologia elevou os pré-requisitos das contra- tações, no campo e nas cidades. Amodernização da agricultura, pecuária, indústria e serviços introduziram novos processos e equipamentos que exigem tal nível de preparo do seu ope- rador, que somenteumapessoa comescolaridade mais elevada consegue alcançar. E como os que O Do nível operacional a técnicos e gerentes, a significativa falta de profissionais qualifica- dos em todos os pata- mares do trabalho leva milhares de pessoas que buscam emprego a não conseguir uma vaga em aberto; esse descompasso eleva o custo para as empre- sas e frustra quem não consegue se empregar. O rápido avanço tecno­ lógico elevou os pré- requisitos das contrata- ções, exigindo um nível de preparo que apenas o investimento emesco- laridade mais elevada consegue alcançar.

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