MAI-JUN-2011
maio / junho de 2011 – R E V I S T A D A E S P M 53 se formam no ensino fundamental saem, em média, muito mal preparados, é compreensível que sepasse apedir dos candidatos ensinomédio completo. O mesmo se aplica a outras posições de trabalho que tiveram elevadas as exigências de ensino médio para universitário. No início de 2011, estavam em aberto 18.000 va- gasnomaior centrode recolocaçãoprofissional do país, mantido pela Força Sindical em São Paulo, conformematéria do Jornal Nacional . Odestaque não era o enorme número de vagas, mas o fato de apenas 12% delas se destinarem a pessoas com formação no ensino fundamental. 88% das demais vagas pediam maior escolaridade. Isso exemplifica comomudou omercado de trabalho. O país vem se sofisticando. Os consumidores estão bem mais informados e exigentes. Podem comparar preços, serviços e qualidade. Seupoder de barganha cresceu com a chegada da internet e das redes sociais. E, diante disso, as empresas foram obrigadas a melhorar seus serviços. A evolução é facilmente percebida para quem frequenta um shopping. Tudo está mais so- fisticado. Nas lojas uma variedade de novos produtos e modelos que exigem vendedores mais preparados, além de simpáticos. O salto de modernidade tem um preço: a necessidade de maior qualificação, porém, se a economia está avançando rapidamente, certamente a Educação no Brasil não está acompanhando. O descompasso da Educação Como atender a demanda da economia em cres- cimento comcursos debaixaqualidade e alta eva- são? Segundo estudo da UNESCO, abrangendo 128 países, publicado em2010, oBrasil se colocou em88 o lugar no IDE– ÍndicedeDesenvolvimento Educacional, atrás da Bolívia e do Paraguai. PeloPISA−Programa Internacional deAvaliação de Estudantes, ficamos em 53 o em ciências e em 57 o lugar emmatemática, entre os 65 países ana- lisados em2009. Coube àChina oprimeiro lugar. Entre os BRICs, o Brasil está bem atrás na formação de profissionais para viabilizar seu crescimento, especialmente na área das ciências exatas. O descaso com a Educação se reflete no irrisório número de patentes brasileiras: menos de 4.000 por ano. Em10 anos, as nossas patentes cresceram apenas 20%. A China, graças a um programa educacional vigoroso, subiu 800% o número de patentes e hoje supera em 30 vezes o nosso minúsculo crescimento. Atualmente exportamos para os chineses principalmente commodities , como ferro e soja e importamos tecnologia que poderíamos criar no Brasil. O Censo Escolar 2010, realizado pelo INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 BRASIL RÚSSIA ÍNDIA CHINA NUMBEROFRESIDENTPATENTFILINGSPERMILLIONPOPULATION BRASIL RÚSSIA ÍNDIA CHINA 17 103 2 10 18 160 2 20 20 173 3 44 20 196 5 93 22 91 141 806 PAÍS 1997 2000 2003 2006 % Source: WPO Statistics Database and Word Bank, EVOLUÇÃO DAS PATENTES - 1997-2006 Number of resident patent filings per million population Source: WIPO Statistics Database and World Bank, June 2009 %DECRESCIMENTO A sofisticação e varieda- de de produtos levou o consumidor a ser mais exigente, também, com os prestadores de servi- ços,essesaltopedeuma maior qualificação e pre- paro desse profissional.
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